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Thiago Aragão

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Thiago de Aragão

Thiago de Aragão é diretor de estratégia da Arko Advice e assessora diretamente dezenas de fundos estrangeiros sobre investimentos no Brasil e Argentina. Sociólogo, mestre em Relações Internacionais pela SAIS Johns Hopkins University e Pesquisador Sênior do Center Strategic and International Studies de Washington DC, Thiago vive entre Washington DC, Nova York e Brasília.

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No primeiro e único debate vice-presidencial das eleições de 2024 entre o senador de Ohio, JD Vance (Donald Trump), e o governador de Minnesota, Tim Walz (Kamala Harris), os investidores e analistas políticos puderam observar um raro momento de normalidade na política americana. Este evento, ainda que sem grandes momentos virais, trouxe à tona questões chave como imigração, direitos ao aborto, segurança na fronteira e economia, refletindo diretamente nos rumos de suas respectivas campanhas presidenciais.

 

Clima de Cordialidade e Questões Domésticas

Apesar da cordialidade no trato mútuo, os dois candidatos mantiveram um foco claro em atacar os principais líderes de suas campanhas: Vance mirando Kamala Harris, atual vice-presidente, enquanto Walz concentrou seus esforços em criticar o ex-presidente Donald Trump.

O formato do debate, quase inteiramente dedicado a questões domésticas, excluiu temas de grande relevância internacional, como o apoio dos EUA à Ucrânia, o que pode indicar uma menor ênfase desses temas nas campanhas.

Para investidores internacionais, isso pode sugerir uma tendência de maior foco em questões internas no próximo governo, especialmente na economia e nas reformas regulatórias domésticas.

 

Aborto e a Divisão Sobre Direitos

Um dos pontos mais quentes do debate foi sobre o aborto. Walz destacou as implicações humanitárias e de saúde das recentes restrições ao aborto em estados como o Texas, enquanto Vance defendeu a ideia de delegar essas decisões aos estados.

Essa diferença de abordagem pode impactar diretamente o ambiente empresarial nos EUA, especialmente em indústrias relacionadas à saúde e direitos reprodutivos.

A incerteza regulatória em torno desses temas poderá aumentar, exigindo maior diligência dos investidores em setores afetados por essas políticas.

 

Imigração e Segurança na Fronteira

A imigração foi outro tema central, com Vance atacando a política de fronteiras da atual administração e Walz defendendo a necessidade de resolver o impasse imigratório.

Investidores do setor imobiliário, de serviços e de saúde podem ser diretamente impactados pelas políticas de imigração, especialmente em estados com grande presença de trabalhadores imigrantes. O tom alarmista de Vance sobre a pressão migratória nas infraestruturas de Ohio pode levar a uma revisão das estratégias de investimento em áreas que dependem de mão de obra estrangeira.

 

A Continuidade dos Legados de Trump e Biden

Tanto Vance quanto Walz passaram boa parte do debate defendendo os legados de seus respectivos líderes, Trump e Biden, mais do que apresentando planos futuros concretos. Isso pode sugerir uma continuidade dos temas que dominaram os últimos anos, como economia pós pandemia, controle de imigração e segurança pública, sem grandes inovações políticas no horizonte imediato.

 

Impactos para Investidores

Para os investidores, o que ficou claro é que, independentemente de quem vencer a eleição, as políticas domésticas vão continuar a dominar a agenda política dos Estados Unidos. Isso significa que setores como construção civil, saúde, tecnologia e segurança podem ver mudanças regulatórias ou incentivos de mercado dependendo de quem for eleito.

Além disso, o foco de ambos os lados em questões econômicas, especialmente relacionadas à classe trabalhadora e à imigração, deve influenciar o clima de negócios em áreas mais afetadas por essas políticas, como moradia e assistência social.

Enquanto o debate vice-presidencial pode não ter causado uma reviravolta drástica nas pesquisas, ele forneceu insights cruciais sobre os rumos das campanhas e suas implicações para o ambiente de negócios. Para os investidores, acompanhar as nuances dessas discussões será vital para antecipar movimentos de mercado e oportunidades regulatórias nos próximos meses.

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DISCLAIMER

As opiniões expressas por Thiago de Aragão são exclusivamente dele e não refletem necessariamente a posição da Avenue Securities ou suas afiliadas. Thiago de Aragão é um consultor geopolítico independente e não um funcionário ou representante da Avenue Securities ou suas afiliadas. Todas as informações fornecidas por Thiago de Aragão são apenas para fins informativos e não devem ser consideradas como aconselhamento de investimento.

A Avenue Securities ou suas afiliadas não endossam nem garantem a precisão, completude ou confiabilidade de qualquer informação compartilhada por Thiago de Aragão. Os investidores devem realizar suas próprias pesquisas e consultar um consultor financeiro licenciado antes de tomar qualquer decisão de investimento. A Avenue Securities ou suas afiliadas não são responsáveis por quaisquer perdas ou danos resultantes do uso das informações fornecidas por Thiago de Aragão.

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Thiago de Aragão é diretor de estratégia da Arko Advice e assessora diretamente dezenas de fundos estrangeiros sobre investimentos no Brasil e Argentina. Sociólogo, mestre em Relações Internacionais pela SAIS Johns Hopkins University e Pesquisador Sênior do Center Strategic and International Studies de Washington DC, Thiago vive entre Washington DC, Nova York e Brasília.

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