Avenue

Por

William Castro

Formado em economia pela UFRGS – RS. Em 2004, iniciou sua carreira na Solidus Corretora, com passagens pelo Koliver Merchant Bank e Banco Alfa. Foi sócio, analista-chefe e um dos principais porta-vozes da XPInvestimentos. Também foi sócio e líder de gestão da VGRGestão de Recursos. Possui as certificações Series 7 e 24. É estrategista-chefe, sócio e porta voz da Avenue desde 2018.

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A SEMANA QUE PASSOU NO MERCADO

Não há como fugir do assunto do momento: as eleições americanas. Donald Trump conquistou a vitória diante de Kamala Harris com certa folga – vide mapa abaixo.


Fonte: Google.com/electionsUSA 11/nov/2024

 

Além disso, os republicanos conseguiram angariar a maioria tanto no Senado (como esperado) quanto no Congresso americano, surpreendendo muitos analistas – vide ilustrações a seguir.

 

 


Fonte: Google.com/electionsUSA 08/nov/2024

 

Bom… Nos últimos dias, você deve ter sido bombardeado por inúmeras informações, análises, comentários e expectativas sobre o assunto. Para não tornar esta Weekly enfadonha e monótona, te convido a assistir à nossa live, gravada na quarta-feira (6), dia seguinte às eleições. Diretamente de Washington, falei sobre os impactos do resultado no mercado financeiro, na política de juros, no dólar, na bolsa, nos diferentes setores econômicos e até na geopolítica com a Juliana Benvenuto, Coordenadora de Treinamento e Conteúdo aqui na Avenue, e com o Thiago de Aragão, CEO da Arko Internacional, sociólogo e mestre em Relações Internacionais. Vale a pena ver e rever:

 

 

Além do mais, a semana passada também contou com um outro evento extremamente importante para o mercado, que foi a decisão de juros nos EUA.


 

Sem surpresas, o Banco Central americano cortou a taxa básica de juros em 25bps (-0,25%), para um range entre 4,50%-4,75%.


Fonte: CNBC.com 07/nov/2024

 

Comunicado. No comunicado que acompanha a decisão, o Federal Reserve (Fed) apontou para um ritmo menos agressivo no corte das taxas, agora em 0,25 ponto percentual, decidido de forma unânime pelos membros do FOMC (Federal Open Market Committee ou comitê de política monetária americano), contrastando com a última votação em que houve dissidências.

O Fed também ajustou o seu tom ao afirmar que “os riscos para atingir suas metas de emprego e inflação estão equilibrados”, substituindo o posicionamento de “maior confiança” adotado em setembro. A atividade econômica continua sólida, com alguma flexibilização no mercado de trabalho e uma leve alta na taxa de desemprego, que ainda se mantém baixa. Já a inflação tem avançado rumo à meta de 2% estabelecida pelo órgão, apesar de permanecer moderadamente elevada.


 

Fonte: Nick Timiros on X – 07/nov/2024

 

Highlights. Na tradicional entrevista coletiva pós-decisão, o presidente do Fed, Jerome Powell, destacou:

  • A força e a resiliência da economia dos EUA, reconhecendo o crescimento econômico americano como um fator que tem ajudado a manter as taxas de juros elevadas, inclusive levando o mercado a duvidar da magnitude ou velocidade dos cortes. Afinal, se olharmos para o passado recente (desde o início do ciclo de aumento de juros, em março de 2022), o FOMC tem esperado constantemente que a economia desacelere… e errado consistentemente – vide gráfico abaixo;


Fonte: Apolloacademy.com 06/nov/2024

  • Que a política monetária continua restritiva, mas que tem como objetivo evitar o enfraquecimento da economia;
  • Que as eleições não influenciam a decisão do comitê;
  • Que os riscos geopolíticos podem afetar especialmente o petróleo;
  • E que, apesar de a trajetória fiscal americana não estar sob o seu controle, eles têm monitorado a questão constantemente.

Por fim, Powell não descartou um aumento de juros no futuro, caso necessário, ainda que esta não seja a expectativa atual do comitê.

Em suma, o corte de 25 bps veio dentro das expectativas do mercado, que já precificava esse ajuste, trazendo um tom mais cauteloso do Fed. A leitura predominante é a de que o Comitê busca uma abordagem preventiva, suavizando o ritmo de cortes para ajustar a política monetária e tendo por objetivo a sustentação do emprego, desconsiderando a hipótese de uma deterioração mais severa do mercado de trabalho. A decisão unânime e a mudança no tom sobre os riscos, agora vistos como “equilibrados”, reforçam o compromisso do Fed em atingir a meta de inflação sem provocar uma desaceleração brusca da economia.

Podemos inferir também que há espaço para outro corte de juros ainda neste ano, em dezembro, e que para o ano que vem teremos que observar e analisar os dados do momento para determinar a real possibilidade e a magnitude de potenciais novos cortes. É claro que a análise das propostas de Trump para a economia tem feito o mercado criar expectativas sobre um impacto inflacionário na economia. Mas não é o trabalho do Fed ficar especulando sobre tais possibilidade, por isso Powell evitou comentários a respeito.

Por ora, a grande questão que segue é até onde o atual ciclo de corte de juros poderá chegar.

 

IMPACTOS NO MERCADO?

 

No dia após as eleições, o mercado reagiu com juros (me refiro à Treasurie de 10 anos) e dólar para cima (índice dólar), ajustando-se ao longo da semana, influenciado principalmente pela decisão relacionada aos juros, conforme comentado acima.

Para a renda fixa, repito o que disse já pouco: a grande questão é adivinhar até onde o atual ciclo de corte de juros poderá chegar. Aqui na Avenue entendemos que o mercado seguirá monitorando as ações e comentários do presidente eleito Trump, especialmente com relação a sua proposta tarifária para produtos importados e a política de imigração, ambos vistos como elementos potencialmente inflacionários. Além disso, como falaremos logo mais, teremos o indicador de inflação ao consumidor, que é sempre um fator importante para parametrizar as expectativas de juros.

Para a renda variável, vimos que o S&P 500 registrou a maior alta de sua história para um dia pós eleições – vide gráfico abaixo.

 


Fonte: Bloomberg.com 07/nov/2024

 

Em resumo, a interpretação do mercado é a de que a futura gestão Trump poderá significar um menor escrutínio regulatório por parte do governo, além da possibilidade de redução de impostos, com o adendo de que as tarifas prometidas por ele concederiam benefícios específicos para determinadas empresas e setores domésticos.

A seguir vemos dois gráficos com a performance das empresas listadas no índice no dia após as eleições, organizadas por setores e fatores. Interpretamos esta primeira reação como sendo a leitura do mercado dos setores que potencialmente se beneficiariam neste segundo mandato de Trump.


Fonte: The DailyShot.com 06/nov/2024

 

No entanto, cabe aqui uma ressalva: o mercado muda de opinião muito rápido e nada garante que as expectativas ora vigentes acerca desses setores se materializarão de fato.

Entendemos que o investidor deve ter certa cautela e fugir dos movimentos mais emocionais do mercado. A história nos mostra que esse entusiasmo inicial muitas vezes tem uma “vida curta”. O gráfico abaixo revela que, historicamente, o rally de ações tende a se estender até o início do mandato (neste caso, estamos falando do dia 20 de janeiro) e depois tende a se dissipar. Nada garante que será assim, mas esse padrão nos parece, no mínimo, curioso.


Fonte: The DailyShot.com 06/nov/2024

 

 

A SEMANA QUE SE INICIA…  


 

A semana que se inicia guarda alguns eventos relevantes para o mercado, podendo inclusive mexer com os juros…

  • Teremos o dado de inflação ao consumidor americano (CPI) na quarta-feira (13);
  • No dia seguinte (14) será anunciada a inflação ao produtor americano, o PPI;
  • E na sexta-feira sairá o dado de vendas no varejo, importante indicador que nos ajuda a medir a saúde e o ritmo do consumo nos EUA.

 

RESULTADOS

Mas além dos dados econômicos e políticos, esta semana trará resultados de algumas empresas americanas bem tradicionais, como a Home Depot, a Cisco e a Walt Disney.

Confira abaixo o calendário de balanços previstos para os próximos dias:


 

Até o momento, 90% empresas do S&P 500 já divulgaram os seus resultados, sendo que 75% superaram as expectativas de lucros e 19% decepcionaram as projeções do mercado.

Lembrando que você pode acompanhar a cobertura dos resultados mais relevantes no link: Resultados Trimestrais – Temporada de balanços nos EUA.

 

Que tal continuarmos esse papo no Twitter e Instagram? Siga @willcastroalves e me diga o que achou do conteúdo da semana. Até lá!

 

Aquele abraço!

William Castro Alves

Estrategista-chefe da Avenue Securities

 


 

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