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Antes de começar esse Insights, gostaria de desejar um Feliz Natal atrasado e um feliz ano novo para todos nós!

Começo esse artigo chamando atenção para a entrevista recente que fizemos com a Gabriela Santos, Global Market Strategist da J.P. Morgan Asset Management.

Não vou resumir tudo aqui para que você assista, porque vale muito a pena. Então, coloco aqui apenas alguns tópicos da nossa conversa:

  • Inflação, juros, política monetária americana e seus impactos no mercado global em 2022
  • Como fica a alocação global no cenário atual?
  • Recessão nos EUA?
  • Reabertura da China e os impactos na economia global
  • Como estrangeiros veem o Brasil?


Acesse através desse link aqui.

E como falamos do J.P. Morgan, lembramos também que a Avenue tem hoje uma plataforma com mais de 600 fundos disponíveis para lhe ajudar a montar uma alocação global de carteira sem ter o trabalho de administrar sua carteira. Você delega a gestão para profissionais e, com isso, pode ter= algumas vantagens. Nesta página você obtém mais informações a respeito.

Penúltimo Insights do ano

Chegamos ao penúltimo Insights desse ano já num clima de retrospectiva. O que passou, passou. Mas sempre podemos aprender com a história, e o passado nos ajuda a entender aonde e como chegamos.

E aonde chegamos?

Num dos piores anos de performance de diversos ativos, em que mesmo carteiras diversificadas tiveram dificuldades de performar. Uma forma de ver isso é através da conhecida e chamada alocação 60/40 – a rule 60/40 é uma forma de dividir o capital alocando 60% em ações e 40% em títulos de renda fixa (bonds). Essa regra simples e que desconsidera erroneamente o suitability de cada um serve apenas para exemplificar o fato de que mesmo uma carteira com ações e bonds, também teve um ano difícil. O site Compound Advisors fez uma comparação dos retornos considerando o S&P 500 e o Bloomberg US Aggregate Bond Index, e os resultados estão na tabela abaixo.

Fonte: Compound Advisors

Tenha em mente que os indivíduos não podem investir diretamente em qualquer índice. O desempenho passado pode não ser indicativo de resultados futuros.

Fora isso, até aqui (22/12/2022), vimos uma queda de cerca de 20% no S&P 500, 33% no Nasdaq e 9% no Dow; o ouro +0.6%, o petróleo teve alta de aproximadamente 14% e o DJ Commodities +9%.

O resumo de 2022

Eu já havia comentado aqui há 2 semanas atrás, mas acho válido trazer novamente o que nos fez chegar aqui a esse desempenho ruim de diversas classes de ativos.

O ano de 2022 pode ser muito bem resumido com: uma economia que desacelera, vide o gráfico superior esquerdo do PIB americano; uma inflação alta que surpreende a todos e alcança máximas não vistas em 40 anos, ficando bem acima da meta do Banco Central americano de 2% (gráfico da esquerda abaixo); a reação do FED em tentar controlar essa inflação elevando os juros de forma muito rápida (canto superior direito); e a redução do seu balanço feita até aqui (fonte) , realizando um forte aperto monetário (canto inferior direito).

Fonte: McKinsey

E esse resumo teve impacto na precificação de ativos:

Ações. A desaceleração da economia em consonância com a inflação alta gerou uma pressão de maiores custos para as empresas e, consequentemente, perda de margens com lucros crescendo menos. A bolsa reflete o que acontece nas empresas, logo, isso pode explicar a queda nos índices acionários no ano.

Renda Fixa. Como grande parte dos títulos emitidos nos EUA são pré-fixados, num cenário de alta de juros temos um impacto negativo nos preços devido à marcação a mercado dos preços desses títulos. Isso explica a fraca performance de bonds também esse ano.

Commodities. Essa alta de juros nos EUA elevou a valorização do índice dólar até o fim do terceiro trimestre de 2022 – vide gráfico abaixo.

Fonte: Trading View

O desempenho passado pode não ser indicativo de resultados futuros.

Um dólar mais caro torna as commodities mais caras (essas são contadas em dólar) pelo mundo. Isso aliado a uma desaceleração de crescimento ajuda a explicar o fraco desempenho das commodities, especialmente na segunda metade do ano.

Fonte: Investing

Tenha em mente que os indivíduos não podem investir diretamente em qualquer índice. O desempenho passado pode não ser indicativo de resultados futuros.

Emergentes. Tradicionalmente, mercados emergentes guardam relação com o mercado de commodities. Essa relação está bem explicada nesse report do Morgan Stanley – clique para ler. Mas, em suma, países como Brasil, Chile, África do Sul, Nigéria, entre outros, possuem uma economia onde os setores básicos (extrativismo mineral, vegetal ou agropecuário) são mais relevantes, logo, seus mercados tendem a serem mais atrelados ao desempenho das commodities.

Fonte: Financial Times

Tenha em mente que os indivíduos não podem investir diretamente em qualquer índice. O desempenho passado pode não ser indicativo de resultados futuros.

Enfim, um ano atípico

Não pelas quedas, afinal, elas acontecem. Mas pela atuação cíclica da política monetária. Ou seja, ao invés de agir atenuando o ciclo e a desaceleração em curso, o FED teve de subir juros, atuando de forma cíclica e acentuando esse movimento de desaceleração. Tradicionalmente, a política monetária é uma ferramenta usada em movimentos anticíclicos. E essa movimentação do FED em consonância com uma economia que desacelera e ainda convive com inflação alta pode ter gerado  esse impacto na precificação de diferentes ativos.

Essa é a grande diferença de 2022, a meu ver.

Um olhar mais a fundo

Esse foi o quadro geral entre classes de ativos. Agora, vamos olhar para dentro dos principais índices americanos e avaliar o desempenho das empresas, comparando as maiores altas e baixas do índice.

Primeiramente, no índice S&P500, que em 2022 (período de 31/12/2021 até 19/12/2021) caiu 19,64%, podemos notar que estrelando no top10 estão principalmente empresas de energia/petróleo. Este setor no geral performou acima do índice e ajudou a reduzir as perdas, que poderiam ser potencialmente maiores caso o investidor não tivesse exposição a este setor em carteira. Nomes conhecidos do mercado como Occidental Petroleum, Exxon Mobil e Marathon Oil subiram mais de 60% em 2022.

Fonte: Bloomberg

O desempenho passado pode não ser indicativo de resultados futuros. Investir nos setores de energia e petróleo envolve riscos especiais, incluindo os potenciais efeitos adversos da regulamentação estadual e federal e pode não ser adequado para todos os investidores.

Já avaliando as maiores quedas do S&P500, podemos notar diversas empresas de tecnologia. Este, que foi um dos setores mais resilientes da bolsa americana durante a pandemia, sofreu com o aumento das taxas de juros americanas e começou a demitir grandes quantidades de funcionários, num esforço de se tornarem mais lucrativas e eficientes operacionalmente. Entre os nomes mais famosos, Paypal, Meta (Facebook) e Match Group, caíram mais de 60%.

Com a queda expressiva de empresas tech, era de se esperar que o índice Nasdaq, composto principalmente por empresas de tecnologia e biotecnologia, tivesse uma queda maior, com baixa de 32,2%. Contudo, mesmo dentro do índice tivemos altas expressivas no top10, demonstrando a importância da diversificação. Constellation, Enphase e Pinduoduo subiram mais de 40%. Já na queda, Tesla, Rivian e Lucid, todas montadoras de carros, caíram mais de 50%.

 

Fonte: Bloomberg

O desempenho passado pode não ser indicativo de resultados futuros.

Por fim, o índice Dow Jones, que é um dos índices mais antigos da bolsa americana e possui uma composição de apenas 30 membros, foi um dos que menos sofreu, com queda de 10,13%. Apesar da concentração, dada a característica de comprar empresas líderes nos seus setores, ele acaba adquirindo empresas consolidadas no mercado e que ficam menos suscetíveis a riscos de curto prazo. As maiores altas foram da Chevron, Merk e Amgen, enquanto nas maiores baixas tivemos Disney, Intel e Salesforce.

Fonte: Bloomberg

O desempenho passado pode não ser indicativo de resultados futuros.

 

Bom, por hoje era isso, pessoal.

Esse texto foi feito em conjunto por William Castro Alves e Guilherme Zanin

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Aquele abraço!

William Castro Alves, Estrategista-chefe, Avenue Securities

  

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