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Por

William Castro

Formado em economia pela UFRGS – RS. Em 2004, iniciou sua carreira na Solidus Corretora, com passagens pelo Koliver Merchant Bank e Banco Alfa. Foi sócio, analista-chefe e um dos principais porta-vozes da XPInvestimentos. Também foi sócio e líder de gestão da VGRGestão de Recursos. Possui as certificações Series 7 e 24. É estrategista-chefe, sócio e porta voz da Avenue desde 2018.

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O Fed manteve a sua taxa referência da economia (Fed Funds Rate) no intervalo de 4,25% a 4,50%, tal qual amplamente aguardado pelo mercado. 


Fonte: Bloomberg. Elaboração: Avenue Intelligence – 19/mar/2025.

 

Destaques do comunicado e da revisão de projeções econômicas:

  • No comunicado que acompanha a decisão do FOMC, o comitê comentou que o nível de incertezas econômicas que permeiam suas decisões se elevou;
  • O FOMC informou redução do ritmo de diminuição do balanço do Fed, ou seja, o banco central dos EUA passa a vender menos títulos públicos no mercado a partir do início de abril;
  • A decisão de manutenção da taxa foi unânime, mas o membro Christopher Waller votou pela manutenção do ritmo de redução do balanço do Fed;
  • A mediana da taxa de juros se manteve inalterada para os próximos anos em 3,9%, 3,4% e 3,1% para 2025, 2026 e 2027;
  • A mediana das projeções da atividade econômica sofreu deterioração, assim como a mediana do mercado de trabalho e de inflação. O FOMC revisou para baixo suas projeções de crescimento do PIB americano para 2025, 26 e 27; elevou projeção de taxa de desemprego e inflação para 2025 – vide tabela abaixo.

 

Tabela de projeções econômicas do FOMC


Fonte: Zero Hedge on X 19/mar/2025

 

Impacto

  • Queda dos yields dos títulos de dívida dos EUA;
  • O índice dólar (índice DXY) opera em alta, mesmo tendo cedido logo após o anúncio. Contra o Real, a moeda americana acentuou quedas operando próximo aos R$ 5,65;
  • As bolsas americanas reagiram de forma positiva ao dado.

 

DESTAQUES DA ENTREVISTA COM PRESIDENTE DO FED JEROME POWELL

Mudança no radar? A mudança no texto do relatório que acompanha a decisão, bem como a desaceleração no ritmo redução do balanço do Fed, não representam um sinal de mudança de direção de política monetária. Powell ressaltou em diferentes momentos que o nível de incertezas em relação à economia é muito elevado e, sendo assim, os membros do comitê entendem que a melhor atitude nesse momento é aguardar a evolução de dados para aí sim mudar direção de política monetária. Ele ressaltou ainda que o Fed não está com pressa em ajustar sua política monetária.

Stagflation? Powell dise que a deterioração na economia, até agora, se deu muito mais nas expectativas do que de fato nos dados (hard vs. soft data), com isso é cedo para falar em um cenário de recessão. Ele inclusive comentou que, apesar das expectativas de uma potencial recessão terem se elevado, elas ainda se encontram em um patamar baixo. Por outro lado, ele indicou que as tarifas, bem como os cortes de gastos, podem sim ser capazes de reduzir o crescimento da economia e ainda acarretarem elevações de preços – corroborando ao cenário de stagflation.

Juros. Apesar de um menor crescimento da economia americana projetado, a resiliência de inflação justifica a manutenção das projeções inalteradas de juros para o fim de 2025, de acordo com Powell.

Inflação. Quanto a inflação, Powell mencionou os riscos de impactos das tarifas no curto prazo. No entanto, comentou que as expectativas inflacionárias de longo prazo seguem ancoradas. Logo, a interpretação é a de que uma inflação derivada de aumento de tarifas tenderia a ser temporária, mas que somente o tempo dirá o seu real impacto. Portanto, a postura do Fed é de esperar.

Mercado de trabalho. Considerando o mandato duplo do Fed, Powell ressaltou que o mercado de trabalho segue em equilíbrio – mesmo com a desaceleração estimada nas projeções do FOMC, condizente com um cenário de leve elevação da taxa de desemprego.

 

LEITURA E CONCLUSÃO

A manutenção da taxa veio em linha com o esperado pelos mercados.

Entretanto, a redução no ritmo de redução da venda de títulos, acompanhada de projeções econômicas mais conservadoras para 2025, aliadas à ênfase no cenário de incertezas econômicas, foram recebidas pelo mercado com uma indicação de que o Fed está vendo uma desaceleração corrente na economia americana, e que isso pode levar o comitê a revisar suas projeções de juros olhando a frente.

Vale a ressalva de que o Fed não sinalizou mudanças na sua política de juros (entenda-se cortes de juros) para o curto prazo em meio a um ambiente de muitas incertezas. Além disso, a decisão de redução no ritmo de atividades também não foi unânime.

Olhando a frente, vimos uma redução na dispersão de opiniões em tornos de mudanças nas taxas de juros entre os dirigentes do Fed e uma maior coalisão de opiniões em torno de 2 cortes de juros em 2025, ainda que longe de ser um consenso entre o comitê – vide gráfico abaixo.


Fonte: Zero Hedge on X 19/mar/2025

 

Com relação a entrevista, entendemos que Jerome Powell ressaltou o cenário de incerteza elevado que vemos atualmente na economia, e reforçou a visão da manutenção de juros no curto prazo, com o Fed aguardando a maturação de dados antes de mudar o direcionamento de política monetária.

 

Para mais comentários como este, acesse o blog da Avenue: https://avenue.us/mercados/

 


 

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