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Roberto Lee, CEO da corretora americana que oferece investimentos lá fora para brasileiros, estima que valor atual quadruplique. Para Itaú, evolução é ‘natural’

Por Marília Almeida, Valor Investe — São Paulo

 

O investimento no exterior pode chegar a R$ 1 trilhão nos próximos anos, e representar uma fatia de 10% a 15% das carteiras de aplicações no país. Essa é a estimativa de Roberto Lee, CEO da Avenue, durante um painel que fez parte das comemorações de cinco anos da corretora americana, que tem como foco oferecer conta em dólar e investimentos lá fora para brasileiros. Hoje, ele estima que esse valor, considerando todas as instituições financeiras que oferecem aplicações lá fora, esteja próximo de R$ 265 bilhões. Ou seja, prevê que esse valor quase quadruplique.

O avanço dos investimentos lá fora ainda está concentrado em clientes com alguns milhões de reais em carteira, que são atendidos pelas áreas conhecidas como private banking. Mas a Avenue e o Itaú esperam que, por meio de sua parceria, possam atingir uma fatia maior de investidores, principalmente por meio do Íon, o aplicativo de investimentos do banco. Em julho do ano passado, o banco comprou 35% da Avenue. O negócio já foi analisado pela CVM e aguarda aprovação do BC.

Mas mesmo no universo seleto dos felizardos com patrimônio acima de R$ 15 milhões o investimento no exterior está evoluindo. Atualmente, cerca de 25% dos investimentos de clientes do private banking do Itaú estão alocados lá fora. Antes, o banco sugeria uma alocação de 4% no exterior para clientes com perfil moderado. Hoje, essa recomendação já subiu para 11%. Entre clientes arrojados, essa fatia chega a 30%.

A necessidade de acesso dos investimentos no exterior para o pequeno investidor se tornou visível para o Itaú quando o banco deixou de remunerar seus assessores de investimentos por venda de produto para focar na boa performance da carteira de aplicações dos clientes, diz Carlos Constantini, responsável pela divisão de gestão de fortunas do banco. “Verificamos que havia uma dor entre clientes: faltavam opções de aplicações lá fora para formar um portfólio realmente diversificado”

Na visão do executivo, o investimento no exterior saiu de uma situação ‘quase exótica’, passou por um período no qual era considerado uma aplicação de nicho e tem, agora, potencial para ocupar uma porção importante dentro da carteira do investidor brasileiro.

“É um amadurecimento natural do mercado. Não é modismo e nem arbitragem de câmbio. Você vai estar exposto ao risco, mas lá fora a diversificação é mais séria e um antídoto ao risco que se corre aqui”, disse o executivo.

 

CDBs do Itaú são carro-chefe de parceria

Por enquanto, sem citar números, o Itaú aponta que o investimento carro-chefe entre os clientes advindos da parceria com a Avenue são os Certificados de Depósito (CDs), uma espécie de CDB emitido pelo banco brasileiro em dólar.

Tanto os CDBs quanto os CDs só podem ser emitidos por instituições financeiras. Na prática, é um “empréstimo” feito pelo investidor a um banco ou financeira, que o remunera, por isso seguindo taxas prefixadas especificadas no momento da aplicação.

O próprio Constantini aponta que essa é uma diversificação geográfica, mas não genuína, citando como exemplo investidores que compram os recibos de ações de empresas brasileiras negociados em Nova York, os chamados ADRs (American Depositary Receipts).

Porém Lee acredita que, a médio prazo, o dinheiro aplicado nos CDs do Itaú será convertido para outros produtos oferecidos pela corretora. Como impulsionadores, ele cita marcas globais que são cada vez mais consumidas, e conhecidas, por brasileiros.

O CEO da Avenue aponta que a atração de clientes com foco em preservar patrimônio aplicando lá fora só veio após a negociação com o Itaú, por conta da reputação do banco. “Antes era comum entre nossos clientes jovens que desejavam adquirir ações da big techs americanas. Hoje vemos investidores mais conservadores do que eles [os jovens] comprando ações da General Electric, Walmart e da Coca-Cola”.

Além da reputação e obtenção de ferramentas que a Avenue demoraria para adquirir, Lee cita como outra vantagem do negócio com o Itaú uma maior facilidade de acesso a produtos de grandes gestores americanos. “Antes tínhamos dificuldade em obtê-los. Agora eles estão entrando na prateleira”.

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