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Todas as ações favoritas dos brasileiros nos Estados Unidos são do segmento ‘tech’. No entanto, investidores ainda continuam de olho na renda fixa

Por Nathália Larghi, Valor Investe — São Paulo

 

O mês de maio foi marcado por uma nova queda do Ibovespa e pelo “pé no freio” do Banco Central no ritmo de cortes da Selic. Nos Estados Unidos, por sua vez, o cenário foi diferente: as bolsas fecharam o mês em forte alta. Com isso, os investidores brasileiros que aplicam nos EUA fizeram mudanças em suas carteiras. A cautela segue no radar, mas em maio a lista de ações favoritas deles ganhou uma pitada de risco com a chegada de novas empresas de tecnologia além das já consolidadas “big techs”. As preferências desse público, no entanto, seguem na renda fixa, com fundos “money markets” (espécie de “primo gringo” dos Fundos DI) e até mesmo ETFs mais conservadores no radar.

Segundo o levantamento mensal feito pela corretora Avenue, que oferece uma plataforma para os brasileiros investirem no mercado americano, a lista das dez ações mais investidas por esse público em maio foi totalmente composta pelo segmento “tech”. Em abril, elas eram oito entre as 10 favoritas. As novidades do mês ficaram por conta da chegada da companhia de softwares MicroStrategy, que apareceu em segundo lugar dentre as mais negociadas no mês, e a Super Micro, empresa que fornece ferramentas de servidor, armazenamento e rede, que ficou em décimo lugar nas favoritas do mês.

Segundo William Castro Alves, estrategista-chefe da Avenue, a chegada dessas companhias à lista mostra o crescente interesse dos investidores em se expor ao novo mercado de inteligência artificial e de tudo que está relacionado a ele. Outro exemplo disso foi a continuidade da fabricante de semicondutores Taiwan Semiconductor Manufacturing, ou TSM, no ranking, na nona colocação. A companhia apareceu na lista pela primeira vez em março e se mantém na seleção desde então.

 

Ações americanas favoritas dos brasileiros em maio

Variações no mês

 

Outra companhia que segue firme e forte na seleção, dessa vez ocupando o primeiro lugar entre as favoritas de maio, é a Nvidia. A fabricante de chips é um dos principais nomes dessa “corrida da inteligência artificial”. Não à toa, a companhia atingiu, recentemente, o recorde de US$ 3 trilhões em valor de mercado.

As outras seis companhias que completam a lista das favoritas de maio compõem o grupo das chamadas “big techs”. Na seleção, estão Meta (dona do Facebook) em terceiro lugar; Amazon na quarta colocação; Tesla em quinto; Microsoft em sexto; Apple em sétimo e Alphabet (dona do Google) em sétimo.

Essas empresas, inclusive, ganharam um caráter mais “conservador”. Isso porque, além de tratarem-se de companhias conhecidas e presentes no dia a dia dos investidores, elas também se recuperaram bem de um momento de crise, como foi há dois anos. Isso mostrou que, além de tudo, são companhias capazes de manter a resiliência diante de um cenário difícil.

 

Outras preferências

O levantamento da Avenue mostrou, no entanto, que o foco dos investidores segue na renda fixa. Também, pudera. Os juros norte-americanos seguem em patamares recordes e, com isso, ativos dessa classe vêm entregando rentabilidades atrativas.

Na lista dos fundos favoritos, por exemplo, estão alguns fundos de renda fixa mais sofisticados, como produtos do JP Morgan e da PIMCO, e também fundos do tipo “money markets” (espécie de “primo gringo” dos Fundos DI).

“Vemos uma alocação maior dos nossos clientes em fundos. E os fundos de renda fixa continuam sendo os mais procurados, porque você tem uma taxa de juros elevadas. O brasileiro já é mais avesso a bolsa e quer uma coisa de segurança mesmo. Vemos alocação tanto nos fundos do tipo DI como nos fundos de renda fixa um pouco mais diversificados, que é para o investidor tentar pegar um rendimento maior”, afirma Castro Alves.

Um comportamento semelhante é visto nos ETFs, fundos de gestão passiva que seguem algum índice da bolsa, seja de renda fixa ou variável. Segundo o especialista, dos dez ETFs favoritos de maio, cinco são de renda fixa. “Saindo da renda fixa, tem um de criptomoedas e outros mais tradicionais, que seguem índices como o S&P e Nasdaq“, conclui Castro Alves.

Recentemente, no entanto, o Banco Central Europeu (BCE) fez o primeiro corte nos juros em cinco anos. Agora, o mercado aguarda para ver se a mudança por lá pode ser um “incentivo” para que outras economias, especialmente os Estados Unidos, também iniciem o caminho de queda nos juros. Caso isso aconteça, pode acontecer também uma mudança no comportamento dos investidores.

 

ETFs dos EUA favoritos dos brasileiros em maio

 

Fundos dos EUA favoritos dos brasileiros em maio

 

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