Bom dia USA 05/01/2022
05/01/2022
Por
William Castro
Formado em economia pela UFRGS – RS. Em 2004, iniciou sua carreira na Solidus Corretora, com passagens pelo Koliver Merchant Bank e Banco Alfa. Foi sócio, analista-chefe e um dos principais porta-vozes da XPInvestimentos. Também foi sócio e líder de gestão da VGRGestão de Recursos. Possui as certificações Series 7 e 24. É estrategista-chefe, sócio e porta voz da Avenue desde 2018.
Bom dia USA 05/01/2022
05/01/2022
Como foi o mercado ontem:
Nesta terça-feira, o Dow Jones subiu pelo segundo dia seguido, com os investidores apostando nas ações diretamente ligadas a reabertura da economia, apesar da ameaça da variante ômicron.
• Dow: (+0,59%)
• S&P: (-0,06%)
• Nasdaq: (-1,33%)
• Setores: Destaque positivo para o setor Industrial (+1,98%), Financeiro XLK (+2,67%) e Petróleo XLE (+3,50%). Na ponta negativa, Tecnologia XLK (-0,95%) e Biotecnologia (-3,44%). Entre os papeis, General Motors (+7,4%) e Ford Motor (+11,6%). Liderando as perdas, Generac Holdings (-4,55%) e PerkinElmer (-4,55%)
• Dólar: a moeda norte-americana avançou 0,48%, cotada a R$ 5,68
O que esperar para o mercado hoje:
YIELD DAS TREASURIES E IMPACTOS NOS SETORES
Os rendimentos dos títulos de dívida do governo americano deram o tom do mercado ontem e seguiram o movimento de alta do dia anterior. Como resultado vimos uma certa pressão vendedora sobre as ações de tecnologia. Nas últimas semanas os yields dos títulos de 10 anos saem de 1.37% para 1.65%. Pode parecer pouco, mas a velocidade e intensidade do movimento que acabam gerando essa preocupação no mercado. Vale lembrar que o impacto de juros futuros mais altos sob as empresas de tecnologia se deve por alguns fatores: (i) maior competição por capital para o financiamento de operações; (ii) maior desconto para os fluxos de caixa futuros.
Não por acaso, ontem, entre as ações que performaram mal tivemos os nomes de tecnologia, que sofreram com alta dos rendimentos dos títulos. A Tesla caiu cerca de 5% após saltar 13% na segunda-feira. As empresas de cloud, CrowdStrike e Okta também fecharam em queda de 5%.
Já pelo lado positivo da sessão de ontem, tivemos as ações do setor financeiro, em especial dos bancos, que tendem a se beneficiar com o aumento das taxas. JPMorgan Chase, American Express e Goldman Sachs estavam entre os maiores ganhadores do Dow. O Bank of America deu um salto de 4,5% depois que o Wells Fargo Equity Research indicou a ação como uma das principais opções do setor financeiro em 2022. O setor de seguros é outro que se beneficia com juros mais elevados. As ações da Chubb (CB) tiveram alta de mais de 2%, Prudential (PRU) +3.5% e a Metlife +2.7%.
As ações de empresas diretamente ligadas à recuperação econômica também avançaram. Os papeis da Caterpillar fecharam em alta de (+5,35%). Companhias do setor de energia como Occidental Petroleum e Coterra Energy saltaram mais de 7%, puxados pela decisão da OPEP de aumentar produção de petróleo.
FORD
A Ford Motor liderou os ganhos do S&P 500, depois que a empresa anunciou planos para quase dobrar a produção de sua nova picape totalmente elétrica F-150 Lightning para 150 mil veículos até 2023. Esta semana, a companhia reabriu os pedidos para o veículo, que haviam sido fechados anteriormente devido à forte demanda. Esta é a segunda vez que a Ford afirma que planeja dobrar a produção do veículo, que deve sair na primavera. A produção inicial foi definida para cerca de 40.000 unidades. “A recepção deste veículo tem sido absolutamente incrível”, disse Kumar Galhotra, presidente da Ford para as Américas e mercados internacionais, na terça-feira no “Squawk Box” da CNBC. O preço do F-150 Lightning, assim como a picape tradicional, tem uma ampla variedade. Uma versão do caminhão voltada para o trabalho custará a partir de US$ 39.974. Modelos mais centrados no consumidor começarão com US$ 52.974 e chegarão a cerca de US$ 90.000.
Os planos de produção da Ford chegam um dia antes de a General Motors revelar uma versão elétrica de seu Chevrolet Silverado. A picape deverá competir mais diretamente com o F-150 Lightning do que seu GMC Hummer EV, que recentemente começou a ser enviado aos consumidores. Não se espera que o Silverado esteja à venda até 2023.
Além disso, O analista do BofA Securities, John Murphy, aumentou o preço-alvo da Ford na terça- feira para US $ 26 por ação, ante US $ 22, citando o aumento de produção da montadora.
O que esperar para o mercado
Pra hoje o foco fica por conta da divulgação da última ata do FOMC quando o banco central americano decidiu acelerar o ritmo do tapering. Quanto mais hawkish vier o tom do documento, tanto maior parece ser a chance de o mercado especular com cada vez mais força sobre uma alta antecipada do juro para março. A probabilidade de um aperto monetário naquele mês já supera 60% nos contratos futuros em NY. O enxugamento da liquidez global tende a ser desvantajoso para os emergentes e isso ajuda a explicar a resiliência do dólar frente ao Real…isso e as renovadas tensões com a situação fiscal do Brasil num momento de aumento de casos da variante Ômicron no Brasil. O Brasil teve ontem o maior número de casos de Covid desde outubro e jornais destacam o cancelamento do carnaval de rua no Rio e disparada da venda de antigripais.
• Ásia: tivemos tons mistos com o Asia Dow fechando próximo do zero a zero.
• Europa: bolsas em território positivo com alta de 0.5% na Alemanha, 0.4% na França e 0.15% na Inglaterra. O Stoxx 600 sobe 0.12%.
• Futuros: operam perto da estabilidade nessa manhã. Os rendimentos dos títulos do Tesouro americano recuam levemente.
• Commodities: o minério de ferro deve alta de 2.1% em Dalian na China. Petróleo WTI tem leve baixa após acordo da Opep+ para elevar produção.
• Agenda: variação de empregos privados medidos pela ADP ; estoques de petróleo e a Ata da última reunião do FOMC as 16hs.
Por
William Castro
Formado em economia pela UFRGS – RS. Em 2004, iniciou sua carreira na Solidus Corretora, com passagens pelo Koliver Merchant Bank e Banco Alfa. Foi sócio, analista-chefe e um dos principais porta-vozes da XPInvestimentos. Também foi sócio e líder de gestão da VGRGestão de Recursos. Possui as certificações Series 7 e 24. É estrategista-chefe, sócio e porta voz da Avenue desde 2018.
