Bom dia USA 30/12/2021
30/12/2021
30/12/2021
30/12/2021
No penúltimo pregão de 2021, os principais índices americanos encerram o dia em tom misto, com destaque para o Dow Jones e o S&P 500 registrando novos recordes de fechamento. S&P 500 atingiu ontem seu 70o fechamento recorde do ano. É o segundo número mais alto de recordes para um ano do índice, superado apenas em 1995, quando houve 77 fechamentos recordes. O S&P acumula alta de 27,6%; o Dow de 19,2%; e o Nasdaq, 22,3%.
• Dow: (+0,25%)
• S&P: (+0,14%)
• Nasdaq: (-0,10%)
• Setores: Destaque positivo para o setor de Utilities XLU (+0,54%) e Imobiliário IYR (+0,65%). Na ponta negativa, Biotecnologia XBI (-0,41%) e Petróleo XLE (-0,64%). Entre os papeis, Western Digital Corp (+5,2%) e Biogen (+9,4%), foram as maiores altas do S&P 500. Liderando as perdas, American Airlines (-2,6%) e AMD (-3,1%)
• Dólar: a moeda norte-americana avançou 0,21%, cotada a R$ 5,70
O número de casos de covid-19 disparou 32%, para um recorde de 1,73 milhão nesta quarta-feira, marcando o terceiro dia consecutivo com mais de um milhão de novas infecções em todo o mundo. Nos Estados Unidos o número de novos casos subiu para uma média de 265 mil por dia. Mais evidências estão surgindo de que a ômicron pode ser menos perigosa, especialmente em pessoas vacinadas, à medida que as mortes por vírus nos EUA diminuíram.
• Ásia: As bolsas asiáticas fecharam em resultados variados entre si na quinta-feira. Índice CSI 300 da China subiu na expectativa de mais medidas para impulsionar o crescimento econômico em meio a uma extensão de alguns incentivos fiscais e potencial flexibilização de políticas.
• Europa: Na Europa, o índice Euro Stoxx 600, que reúne as ações de 600 empresas de todos os principais setores de 17 países europeus, se mantém estável, com as principais bolsas apontando para direções diferentes. O FTSE, do Reino Unido, e o Dax, da Alemanha, apontam para ganhos de 15% no ano, enquanto o francês CAC um ganho de quase 30%.
• Futuros: estáveis e perto do zero a zero.
• Commodities: Petróleo WTI opera em leve baixa após seis dias de alta com queda dos estoques americanos.
• Agenda: Pedidos Iniciais de Seguro-Desemprego.
1. Brasil barato. Ouço muito que a alta recente nos EUA com a queda dos ativos no Brasil criou uma assimetria que não faça sentido investir nos EUA…ou seja, se tem ativo barato no Brasil, pq investir nos EUA? Ora, temos ativos baratos na China, onde a bolsa foi mal; na Turquia, onde mesmo boas empresas sofrem com os desmandos do presidente Erdogan; ou na Africa do Sul, Nigéria…etc. Nos últimos dias comentamos ações americanas que caíram 20%, 30%, 50% das máximas. O fato de termos oportunidades no Brasil não exclui o fato de termos oportunidades no mundo todo!
2. Risco. 2022 é um ano de eleição, logo, tendemos a ter um ano com maior volatilidade e incerteza. Vi um estudo recente que comparava a performance do Ibovespa com a de uma carteira hipotética que simplesmente investia em LFTs ou qualquer título de renda fixa em anos eleitorais no Brasil. A carteira hipotética batia o IBOV com folga! Nada garante que se repetirá, mas é no mínimo emblemático, não é? Economistas sempre erram, mas atualmente as projeções de crescimento apontam pra 0.5% a 0% no Brasil. Esse é um bom ambiente de investimentos?
3. Renda Fixa. Outra justificativa se refere a elevação da Selic e a ideia de que a renda fixa rende muito no Brasil. Ora a Selic esta acabando o ano em 9.25%, de fato uma taxa elevada para os padrões internacionais, mas veja que a inflação medida pelo IPCA deve fechar acima de 10% e pelo IGP-M que pega mais o impacto de câmbio, acima de 17%, portanto o rendimento de renda fixa esse ano já foi negativo. Olhando pra frente temos um cenário de Selic que pode ir a 11.5% e inflação de 5%…então a ilusão do 1% ao mês já cai por terra, pois o rendimento real (acima de inflação) segundo essa conta, seria de 6.5%. Isso SE a inflação ficar “comportada” em 5%…isso se o câmbio não mexer e encerrar o ano em R$5,60…Se o Cristiano Ronaldo fosse brasileiro acho que ganharíamos a copa…se, se, se
4. Comprado em Brasil. Outro ponto importante é que você que vive e trabalha no Brasil já tem sua vida financeira dependente do Brasil. Como assim? Seja você funcionário público, empresário ou médico…sua renda atual e futura já está atrelada ao Brasil. No jargão de mercado é como se você já estivesse “comprado” em Brasil. Se o Brasil for bem (torcemos muito para isso), você irá bem. O empresário vai prosperar, o funcionário público pode ter aumento, o médico vai continuar tendo uma boa renda. Então você não precisa ter toda a sua poupança no Brasil. Sua renda atual e futura já estão vinculadas ao Brasil.
5. Dólar caro. Sempre ouço como uma dificuldade a questão do dólar estar caro. Sei que é clichê, mas se pararmos para pensar, ouvimos isso desde dólar a R$ 2, ou R$3, ou R$ 4. Pra começo de conversa o que varia é o Real e não o dólar. Pergunta para um russo ou um japonês quanto vale 1 Real…eles não sabem. Então o que aconteceu é que o Real se desvaloriza. E por quê? No fundamento econômico 2 coisas falam muito sobre a valorização de uma moeda a médio prazo: crescimento econômico e inflação. Os EUA crescem mais e controlam melhor sua inflação que o Brasil, logo sua moeda se valoriza. Pra 2022 esse cenário se repete, com projeções da economia americana crescer 3% e o Brasil 0% e ainda com uma inflação menor. Não por acaso o Focus projeta dólar a R$ 5.6 para o fim de 2022. Então dólar caro é aquele que você não tem!
6. Dólar não é importante. Vale lembrar ainda que o que você faz com seus dólares é tão ou mais importante do que o preço que você paga pra converter seu Reais para moeda americana. Diversas ações bem conhecidas de todos tiveram alta de 30%, 40% até 67% em 2021 (caso da Google). A espera por um câmbio 5% mais “barato” fez muita gente perder retornos como esse ao investir no mercado americano. Ações ou fundos podem fazer uma inflexão muito maior que a moeda e mais que compensar um suposto “câmbio caro”.
7. Outros. Daria pra citar vários outros motivos para investir no exterior em 22. Número maior de alternativas, diversificação de carteira, balanço de ativos e passivos dolarizados em nossa cesta de consumo, risco brasil…mas acho que vocês já entenderam.