E de repente as coisas mudam de lugar?
01/08/2022
01/08/2022
01/08/2022
Vale lembrar que o conteúdo desse post você encontra também em podcast. Clique aqui e ouça.
Essa é a música “Dois”, do cantor brasileiro Paulo Ricardo, vocalista da banda RPM, e fez algum sucesso no Brasil lá pelo final dos anos 90. Não sou um fã do cantor, mas penso que essa música, especial as 2 estrofes abaixo ajudam a explicar o que se passou com o mercado nessa semana.
“De repente as coisas mudam de lugar
E quem perdeu pode ganhar”
Deixe-me discorrer sobre.
O que vimos nos últimos dias no mercado foi uma mudança frente aquilo que foi realidade durante o 1S22. De repente as coisas mudaram de lugar e aquilo que foi realidade até aqui mudou.
Começando pelo índice dólar abaixo. Apesar da forte valorização no ano, nas últimas 2 semanas a moeda americana perde valor ante uma cesta de moedas medido pelo índice DXY.
O ouro, que eu chamei atenção no post da semana passada, ainda acumula perdas no ano, mas nos últimos dias ensaia uma recuperação.
A volatilidade segue elevada quando consideramos patamares históricos, mas arrefeceu mais recentemente.
O Índice de Volatilidade CBOE® (Índice® VIX®) é uma das expectativas de mercado da volatilidade a curto prazo transmitidas pelos preços de opção do índice de ações S&P 500
E quando olhamos a foto do S&P 500, comparando performances nos últimos 30 dias e no ano, dá para ver que vimos alguma mudança, não é mesmo?
Últimos 30 dias (28/06/2022 – 28/07/2022)
Tenha em mente que as pessoas físicas não podem investir diretamente em qualquer índice. O desempenho passado pode não ser indicativo de resultados futuros.
2022
Tenha em mente que as pessoas físicas não podem investir diretamente em qualquer índice. O desempenho passado pode não ser indicativo de resultados futuros.
E está aí: “De repente as coisas mudam de lugar e quem perdeu pode ganhar.”
O QUE MUDOU?
“E me disse decidida, saia da minha vida
Que aquilo era loucura, era absurdo
E mais uma vez você ligou
Dias depois, me procurou.”
Da mesma forma que a protagonista da canção, o mercado muda de opinião toda hora. O principal vetor dessa mudança pode ter sido a percepção de que inevitavelmente vamos viver uma recessão, ou talvez já estejamos em recessão. E junto dessa percepção, a relativização de uma política monetária restritiva ad aeternum, que ganhou força mesmo após o aumento de juros anunciado essa semana pelo presidente do FED Jerome Powell. Aqui cabe um parêntese, o banco central americano decidiu por elevar a taxa referencial de juros em 0,75 pp. Para um intervalo entre 2,25% e 2,50% a.a. Esse evento foi amplamente esperado pelo mercado, que aguardava a coletiva de imprensa para mais pistas acerca dos próximos movimentos. Aqui nessa reportagem da CNBC você encontra um resumo completo, mas em suma podemos destacar:
Esses pontos não mudam em nada o que víamos até então. Mas o que mudou foi que o FED sinaliza em um statement que já observou a desaceleração de indicadores econômicos. E na entrevista, Powell comenta que a atual taxa de juros não estaria muito longe de uma chamada taxa neutra. Ele ainda deixa o cenário aberto para novos aumentos de juros na reunião de setembro, mas condicionado a leitura dos indicadores econômicos até lá.
Esses pontos citados acima, aliados aos indicadores que mostram fraqueza da economia, podem explicar a queda dos juros – vide gráfico abaixo.
E para fins de ilustração e para não deixar passar batido, o dado de PIB divulgado essa semana surpreendeu negativamente e mostrou que os EUA se encontram hoje em uma recessão técnica (com mais de 2 trimestres de queda de PIB).
QUEM PERDEU PODE GANHAR?
E daria para citar vários outros dados econômicos que indicam o mesmo, ou seja, a economia está desacelerando. Entramos então em uma dinâmica onde os dados ruins geram a percepção de uma política monetária menos restritiva em um futuro mais próximo e isso, por sua vez, movimenta essa dinâmica de mudança recente. Os dados ruins da economia podem ter funcionado como melodia para que, de repente, as coisas mudem de lugar e quem perdeu passe a ganhar, tal qual vimos nos últimos dias – e como mostrei mais acima na figura do mapa do S&P em sua performance nos últimos 30 dias.
“Com a voz suave, quase que formal
E disse que não era bem assim
Não necessariamente o fim”
O índice de manufatura do ISM é um indicador mensal da atividade econômica dos EUA com base em uma pesquisa de gerentes de compras em mais de 300 empresas de manufatura. É considerado um indicador-chave do estado da economia dos EUA.
O desempenho passado pode não ser indicativo de resultados futuros.
Não quero ser enfadonho então convido todos para live de cenário macro, hoje, nessa segunda-feira, aqui no nosso canal de YouTube. Nela vamos falar do perfil global de recitas das empresas do S&P, queda de margens, sazonalidade da bolsa, entre outros vários fatores. Não percam!
Calendário para a semana
Para acabar, seguimos vendo uma safra intensa de resultados. Na semana que vem conseguiremos fazer um balanço do que foi a safra de resultados até aqui.
SEGUIMOS ACOMPANHANDO OS RESULTADOS
Abaixo o calendário de resultados dessa semana. Em nosso canal de Telegram temos informações como essa – siga aqui.
Era isso pessoal…nos sigam nas redes sociais @willcastroalves Twitter e Instagram.
Aquele abraço, William Castro Alves
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