Avenue

Por

William Castro

Formado em economia pela UFRGS – RS. Em 2004, iniciou sua carreira na Solidus Corretora, com passagens pelo Koliver Merchant Bank e Banco Alfa. Foi sócio, analista-chefe e um dos principais porta-vozes da XPInvestimentos. Também foi sócio e líder de gestão da VGRGestão de Recursos. Possui as certificações Series 7 e 24. É estrategista-chefe, sócio e porta voz da Avenue desde 2018.

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A aversão a risco se espalhou pelos mercados nessa segunda-feira com as bolsas no mundo todo apresentando fortes e expressivas quedas.

 

  • O principal índice da bolsa japonesa o Nikkei encerrou o dia com quedas maiores que 12%, a maior já registrada pela aquela bolsa, levando suas perdas para mais de 25% desde julho. Em um movimento semelhante ao que aconteceu na chamada “Black Monday de 1987” nos EUA.
  • Os índices europeus operam com quedas acima de 2% e os futuros dos índices americanos apontam para fortes quedas também.
  • O índice VIX de volatilidade salta impressionantes 112% para o maio patamar desde 2020 durante a pandemia.

 

 

Em nossa visão é sempre muito difícil justificar e entender movimentos de pânico no mercado. Logo, tais movimentos muitas vezes não possuem necessariamente um forte condicionante nos fundamentos econômicos. Mas alguns pontos podem ser elencados como vetores que contribuíram esse movimento:

 

  1. Receios com uma possível desaceleração da economia americana após dados mais fracos do mercado de trabalho que foram divulgados na sexta. Tais dados espalharam o receio de uma recessão mais forte nos EUA.
  2. Elevação das taxas de juros no Japão que podem reduzir operações de carry trade, fortalecendo o Iene, o que tenderia a prejudicar as empresas japonesas, tradicionalmente muito dependentes de exportações em seus resultados. O iene apresentou valorização de 14% em relação ao dólar nas últimas 3 semanas.
  3. Realização de lucros no setor de tecnologia após as altas observadas nos últimos 12 meses e em meio a valuations elevados.
  4. Receio em relação a possibilidade de escalada das tensões geopolíticas no Oriente Médio.
  5. Notícia de que Warren Buffet reduziu forte sua exposição a algumas de suas principais posições acabou elevando a percepção de que a atual relação risco versus retorno do mercado não se mostre favorável.

 

 

Entendemos que o movimento exige parcimônia e calma pelo investidor. Vemos a reação do mercado como exagerada e repercutindo um receio de uma forte e/ou grave recessão a frente, a qual vemos como altamente incerta. Vale a ressalva que a economia americana já enfrentou 48 recessões em sua história e que a despeito dos momentos difíceis o dólar continuou sendo a principal moeda de reserva de valor global. Acreditamos que no curto prazo as ações tendem a sofrer, ao passo que a queda nas curvas de juros tende a gerar um impacto positivo de marcação a mercado nos ativos de renda fixa; e tal qual vimos em outros momentos de estresse do mercado, seria razoável supor valorização do dólar ante o Real, o que beneficia o cliente que tem investimentos dolarizados.

 

Estrategista-Chefe da Avenue

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Formado em economia pela UFRGS – RS. Em 2004, iniciou sua carreira na Solidus Corretora, com passagens pelo Koliver Merchant Bank e Banco Alfa. Foi sócio, analista-chefe e um dos principais porta-vozes da XPInvestimentos. Também foi sócio e líder de gestão da VGRGestão de Recursos. Possui as certificações Series 7 e 24. É estrategista-chefe, sócio e porta voz da Avenue desde 2018.

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