Expectativa x Realidade

Expectativa Índice cheio: +0,3% m/m e +2,6% a/a;

Realidade: Índice veio em +0,3% m/m e +2,7% a/a.

 

Expectativa do Núcleo: +0,3% m/m e +3,0% a/a;

Realidade: Núcleo avançou +0,2% m/m e +2,9% a/a.

 

Leitura e impacto

Em junho de 2025, o Índice de Preços ao Consumidor (CPI) dos Estados Unidos registrou um aumento de 0,3% em relação a maio, em linha com a expectativa do mercado, resultando em uma taxa anualizada de 2,7%, conforme dados do Bureau of Labor Statistics. O CPI core (núcleo do dado), que exclui os voláteis preços de alimentos e energia, também subiu 0,2% no mês, com uma taxa anualizada de 2,9% – abaixo das projeções de 0,3% e 3,0%, respectivamente.

 

Fonte: Bloomberg. Elaboração Avenue.

 

Os números indicam uma inflação ainda resiliente, apesar do dado do núcleo ter vindo mais brando que o esperado. Embora as evidências em junho tenham sido mistas sobre a influência das tarifas sobre os preços, houve sinais de que os impostos estão tendo impacto em certas categorias, como por exemplo os preços de vestuário, sensíveis a tarifas, aumentaram 0,4% no mês. Móveis para casa (mobília), que também são influenciados por tarifas, aumentaram 1% em junho. A inflação anualizada foi a maior desde março deste ano, com a leitura se distanciando da meta do Fed de 2%.

Abrindo o dado, vimos aumentos em todas as categorias, com exceção a veículos novos e usados, que caíram 0,3% e 0,7% em junho, respectivamente. O índice de habitação foi o principal motor da alta mensal, com aumento de 0,2% (ainda que abaixo dos 0,3% de maio), refletindo a persistência de custos elevados nesse setor. Os preços de alimentos subiram 0,3% em mais um mês consecutivo, mantendo uma tendência de incrementos moderados. Já o setor de energia apresentou aumento de 0,9%, setor esse que teve redução em maio. A principal mudança para essa inversão foi o aumento de 1,0% m/m no preço da gasolina, devido a alta no preço do petróleo, com o conflito entre Israel e Irã.

Em termos de impacto no mercado, os índices acionários seguem com tendência positiva no pré-mercado, sendo difícil isolar o efeito do CPI, com a divulgação de resultados corporativos de nomes como JPMorgan, Wells Fargo, Citigroup e outros. Já os rendimentos dos títulos do Tesouro de 10 anos recuaram ligeiramente para 4,42%. O índice dólar opera em leve alta, enquanto o dólar frente ao Real cede para os R$ 5,54.

 

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@willcastroalves

Estrategista-chefe da Avenue Securities

 

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