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Por

Juliana Benvenuto

Formada em Relações Internacionais, com pós-graduação em Finanças Corporativas pela Saint Paul e Extensão Universitária em Administração pela Universidade da Califórnia – Riverside.

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Investir diretamente no exterior deixou de ser algo distante. Hoje, do seu sofá, você abre uma conta em uma corretora internacional, em menos de 10 minutos, e pode fazer investimentos a partir de 5 dólares nas duas maiores bolsas de valores do mundo. Ainda assim, existem outras formas indiretas de acessar o mercado americano, e uma delas é através dos BDRs. Mas afinal, qual delas é a melhor?

 

Contextualizando

Os BDRs desempenharam um papel significativo no mercado brasileiro, especialmente em uma época em que abrir uma conta no exterior era um processo complexo e burocrático. Eles possibilitaram a ampliação das opções de investimento, oferecendo acesso a ativos estrangeiros diretamente pela bolsa brasileira.

No entanto, recentemente as possibilidades aumentaram, uma vez que se tornou simples, rápido e prático a abertura de conta no exterior.

 

O que são BDRs?

Os Brazilian Depositary Receipts, ou BDRs, são recibos lastreados em ações de empresas estrangeiras que têm capital aberto em outros países. Esses recibos são negociados na bolsa brasileira, proporcionando uma maneira indireta de acessar empresas estrangeiras, uma vez que o investidor se torna detentor de um recibo, não da ação em si.

 

Como funciona esse tipo de investimento?

Instituições financeiras brasileiras adquirem ações de empresas estrangeiras, mantendo-as sob custódia em uma instituição depositária. Posteriormente, emitem BDRs lastreados nessas ações, disponibilizando-os no mercado brasileiro para investidores locais.

É relevante ressaltar que ao investir em BDRs, você não se torna acionista direto da empresa, mas sim detentor dos recibos lastrados na ação por meio da instituição depositária.

 

Principais diferenças entre BDR e Ações

Enquanto os BDRs são recibos negociados na bolsa brasileira, em reais, as ações são negociadas na bolsa de origem onde a empresa abriu seu capital, e representam uma participação acionária efetiva na empresa. No caso do mercado americano, os ativos são todos negociados em dólar.

A disparidade entre os mercados também é expressiva. Enquanto o mercado brasileiro apresenta cerca de 860 BDRs, o mercado americano disponibiliza acesso a mais de 8 mil ativos, não limitados apenas a empresas dos Estados Unidos, mas abrangendo companhias de todo o mundo.

A liquidez é outra característica que diverge consideravelmente. No contexto do mercado americano, que constitui aproximadamente 50% do mercado global de renda variável, a liquidez é significativamente mais elevada em comparação com o mercado brasileiro, que representa aproximadamente 1%. Em virtude disso, muitos BDRs permanecem sem negociações por dias, até semanas, em contraste com a dinâmica do mercado norte-americano.

 

BDRs vs. Ações no exterior: qual é melhor?

A escolha entre BDRs e ações no exterior depende das preferências e objetivos individuais do investidor. Embora o acesso simplificado dos BDRs às empresas estrangeiras seja atrativo, investir diretamente em ações oferece vantagens consideráveis em termos de opções, custos e segurança contra riscos nacionais. Confira as principais vantagens e desvantagens de cada um abaixo.

 

Vantagens e desvantagens de BDRs

Vantagens:

  1. Acesso simplificado: BDRs oferecem uma maneira prática de investir em empresas estrangeiras sem a necessidade de abrir contas em corretoras internacionais.
  2. Negociação em reais: Não há a necessidade de fechamento de câmbio ou envio de recursos para o exterior.

Desvantagens:

  1. Limitação de opções: A variedade de BDRs disponíveis é geralmente menor em comparação com a gama de opções no mercado internacional.
  2. Liquidez menor: Muitos BDRs enfrentam liquidez inferior, o que pode dificultar a compra e venda no momento desejado.
  3. Taxas: as instituições financeiras costumam cobrar de 3 a 5% em cima dos dividendos recebidos via BDR.
  4. Posse das ações: no caso dos BDRs, o investidor não tem a posse das ações, ou seja, não é um acionista.

 

Vantagens e desvantagens de Ações no exterior

Vantagens:

  1. Diversificação: O mercado de ações internacional oferece uma ampla gama de escolhas de investimento com mais de 8 mil ativos disponíveis, e te dá acesso a opções e setores que você não acessa através do mercado local.
  2. Liquidez: As ações no exterior geralmente apresentam maior liquidez, facilitando a execução de transações.

Desvantagens:

  1. Necessidade de abrir uma conta no exterior: Investir diretamente em ações estrangeiras requer a abertura de contas em corretora internacional, envolvendo processos adicionais. No entanto, hoje esse processo é muito simples e fácil de ser feito.

 

Considerações finais

Ao decidir entre BDRs e ações no exterior, é importante considerar fatores como a diversificação desejada, tolerância ao risco e custos associados. A simplicidade dos BDRs pode atrair alguns investidores, enquanto a diversidade e liquidez das ações podem ser atrativas para aqueles que buscam uma diversificação maior na sua carteira de investimentos.

 

Leia também: Stocks: saiba tudo sobre o mercado de ações dos EUA

 

Disclaimers:

 Avenue Securities Distribuidora de Títulos e Valores Mobiliários Ltda. (“Avenue Securities DTVM”) é uma distribuidora de valores mobiliários brasileira devidamente autorizada pelo Banco Central do Brasil (“BCB”) e pela Comissão de Valores Mobiliários (“CVM”) Os saldos disponíveis em Reais são mantidos na Avenue Securities DTVM Ltda., uma instituição financeira regulada. Os fundos detidos pela Avenue Securities DTVM não são cobertos pelo FGC (Fundo Garantidor de Créditos).

Qualquer informação não é um resumo completo ou declaração de todos os dados disponíveis necessários para tomar uma decisão de investimento e não constitui uma recomendação. Os investimentos mencionados podem não ser adequados para todos os investidores.

Tenha em mente que não há garantia de que qualquer estratégia será bem-sucedida ou lucrativa, nem protegerá contra uma perda.

 

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Juliana Benvenuto

Formada em Relações Internacionais, com pós-graduação em Finanças Corporativas pela Saint Paul e Extensão Universitária em Administração pela Universidade da Califórnia – Riverside.

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