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Por

Julia Severo

Formada em Economia pela FAAP, com pós graduação pelo Insper em Gestão de Pessoas e Negócios. Possui certificação CPA 20.

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O dólar exerce uma presença significativa no cotidiano dos brasileiros de diversas maneiras. Desde uma viagem ao exterior com compras de produtos internacionais até no pãozinho da padaria. Nesse artigo apresentamos alguns exemplos de como o dólar está presente no nosso dia a dia e muitas vezes nem percebemos.

 

A breve história do dólar

O dólar foi criado em 1792, e ele [i]continua sendo o mesmo papel moeda desde então. Mas foi apenas durante a Segunda Guerra Mundial (de 1947 a 1951) que os Estados Unidos emergiram no mundo. Através do Plano Marshall, que foi um programa de ajuda econômica dos EUA aos países da Europa Ocidental com o objetivo de reconstruí-los após a Guerra. Com isso, muitos países europeus começaram a acumular grandes quantidades de dólar para financiar suas reconstruções.

Essa combinação de demanda crescente do dólar, mais a posição dos Estados Unidos em ser a principal potência econômica e militar do mundo, naquele momento, fez com que o país se consolidasse diante do mundo tendo assim, o dólar como a principal moeda de reserva internacional.

Em 1971, o presidente Richard Nixon suspendeu o fim do padrão ouro colocando o dólar como uma moeda fiduciária, isto é, ele não era mais lastreado em ouro ou em qualquer outra commodity. Tal mudança permitiu a flutuação livre do dólar no mercado cambial internacional, impactando a economia mundial ao aumentar a volatilidade nas taxas de câmbio, e proporcionar maior flexibilidade aos bancos centrais para implementar políticas fiscais e monetárias.

Com isso, o dólar passou a ser amplamente utilizado em transações comerciais globais e aceito como forma de pagamento em muitos países. Até os dias atuais, o dólar segue sendo a principal moeda de transação global.

 

Mas afinal, por que nós brasileiros ouvimos tanto falar do dólar?

Os produtos brasileiros são comercializados em real, mas muitos itens que consumimos diretamente ou indiretamente são importados ou cotados em dólar.

Isso acontece porque atualmente, o dólar é a moeda utilizada para liquidar a maioria das transações comerciais no mundo e também é utilizado como a principal reserva internacional por muitos países. No Brasil, por exemplo, o Banco Central guarda 80% das suas reservas internacionais em dólar. [ii]

Além disso, a maioria das commodities no mundo são cotadas em dólar. E vale ressaltar que o Brasil é um grande exportador de commodities.

 

Como o dólar está presente em nossas vidas?

Consumo de bens

O preço dos produtos nas prateleiras dos supermercados e lojas está diretamente ligado a variação do dólar. Quando a moeda norte-americana sobe, os custos de importação aumentam, impactando diretamente no preço final dos produtos estrangeiros. Itens que vão desde eletrônicos a roupas de grife e até mesmo alimentos importados ficam mais caros, afetando assim o bolso de quem consome.

A oscilação do dólar, portanto, não é apenas um fenômeno econômico distante, mas uma variável que impacta diretamente o preço final desses produtos.

 

Agronegócio  

A relação dos produtos consumidos no Brasil com o dólar é mais estreita do que aparenta, principalmente no setor de agronegócio. A cotação da moeda afeta diretamente esse setor e também o valor das exportações, influenciando a competitividade dos produtos brasileiros frente ao mercado internacional.

No setor de exportação, a valorização do dólar impulsiona a área e contribui para um cenário mais equilibrado na balança comercial do país. Isso acontece quando a moeda americana ganha valor em relação ao real e os exportadores brasileiros se beneficiam, já que a variação da moeda estrangeira influencia positivamente o valor da transação final. Esse aumento na receita proveniente das exportações é fundamental para criar um superávit na balança comercial brasileira, fortalecendo assim a sua posição econômica frente a outras nações.

Mas a presença do dólar no cotidiano dos brasileiros vai muito além das transações de exportações. O Brasil é um dos destaques internacionais na produção de commodities.

 

Commodities

De acordo com a Abimapi (Associação Brasileira das Indústrias de Biscoitos, Massas Alimentícias, Pães e Bolos Industrializados), o consumo anual de trigo no Brasil atinge 10 milhões de toneladas, sendo que metade é produzida no Brasil e a outra metade é importada.

O trigo por ser uma commodity (matéria-prima), tem a sua cotação definida no mercado internacional e por conta disso é influenciada pela cotação do dólar, ou seja, alimentos derivados dessa commodity, como por exemplo, pão, macarrão e outros, tendem a ficar mais caros caso o dólar venha a subir.

Além do trigo temos o petróleo que é cotado em dólar no mercado internacional. Com as variações cambiais o impacto no preço interno da gasolina é inevitável, refletindo assim nas despesas dos consumidores brasileiros.

Desse modo, observamos que a moeda americana não é apenas uma moeda de transação e sim uma variável estratégica para o agronegócio brasileiro e posicionamento do país no cenário global.

 

Turismo

Para aqueles que sonham em explorar destinos além das fronteiras, o dólar também é um elemento-chave. A variação cambial determina o custo das despesas no exterior, desde hospedagem, alimentação até passeios e compras, ou seja, se o dólar está valorizado em relação ao real, a viagem se torna mais onerosa. Assim, a oscilação da moeda muitas vezes pode moldar a decisão de viajar e o orçamento destinado a essas experiências.

 

Considerações finais

Assim sendo, a presença do dólar no cotidiano dos brasileiros vai muito além das transações comerciais. Ela se apresenta nas escolhas de consumo, nas decisões de viagem, no setor do agronegócio e nas exportações do país, mostrando-se como um fio condutor que entrelaça o Brasil ao complexo tecido econômico global.

 

Leia também: Conta no exterior: como funciona e como abrir uma?

 

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[i] Fonte: Quando o dinheiro foi inventado e como o dólar se tornou a principal moeda do mundo? – BBC News Brasil

[ii] Fonte:  Reservas internacionais (bcb.gov.br)

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Julia Severo

Formada em Economia pela FAAP, com pós graduação pelo Insper em Gestão de Pessoas e Negócios. Possui certificação CPA 20.

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