O potencial diversificado de ativos internacionais
17/09/2024
Quando o assunto são ativos internacionais, o melhor método é adotar uma perspectiva de longo prazo, tendo em mente que o principal é o portfólio e não investimentos a nível individual.
Em linhas gerais, essa é uma das principais recomendações de Daniel Popovich, Portfolio Manager e Research Analyst da Franklin Templeton, na palestra “O potencial diversificado de ativos internacionais”, que aconteceu no evento Avenue Connection 2024.
Neste artigo, confira as perspectivas de Popovich sobre a diversificação do portfólio dos brasileiros com ativos internacionais, expectativas e recomendações para investidores que querem alocar recursos no exterior.
Ao abordar a composição de portfólio, além de retorno e de volatilidade, é preciso avaliar a correlação entre os ativos internacionais e os nacionais. Em sua apresentação, o executivo da Franklin Templeton mostrou uma análise em que compara o IMA-B, que foi a classe que melhor performou no Brasil, com Ibovespa e o IHFA. Há, segundo Daniel, uma correlação positiva.
Já os ativos internacionais têm correlação negativa, em grande parte, por causa do câmbio. Nesse sentido, destacou, defende-se o investimento internacional sem o hedge cambial.
Isso porque ao montar um portfólio balanceado, a busca é por ativos que têm baixa correlação entre si e, até mesmo, por aqueles sem nenhuma correlação. Então essa correlação negativa pode ser útil.
Para mostrar na prática como construir um portfólio básico com ativos internacionais, Popovich construiu carteira combinando 60% IMA-B e 40% de outros índices locais e internacionais.
Ao combinar IMA-B, renda variável no exterior, renda fixa no exterior e IHFA o especialista demostrou que a diversificação tem efeito positivo sobre o portfólio.
Quando se observa a combinação com o IHFA, o retorno vai para 11%, mostrou o palestrante. Sobre as classes de ativos internacionais, a renda fixa teve retorno maior com volatilidade consideravelmente menor.
Já a renda variável apresentou retorno superior às outras classes de ativos, mas a volatilidade abaixo do IMA-B. Essa correlação entre os ativos internacionais e locais deve continuar por mais tempo.
De acordo com Popovich, ter de 20% a 40% de ativos internacionais na carteira é adequado para o investidor brasileiro. Ao considerar a relação dólar/real, há duas perspectivas interessantes.
Em uma, considera-se que o dólar subiu muito nos últimos 15 anos, configurando um bom investimento.
Por outro lado, quem teve o portfólio durante esse período totalmente investido no Brasil, mesmo que diversificado em classes brasileiras, teve desvalorização da moeda.
Ou seja, até o investidor conservador deve considerar ter uma parcela de exposição no exterior.
O exercício de olhar a longo prazo e considerar a correlação negativa é recomendado para todo investidor. Investir em dólar não é acertar o timing do investimento na moeda. É preciso pensar no portfólio como um todo.
A recomendação de Daniel é fazer o investimento de forma faseada e assim que tiver os recursos para tal, sem aguardar o melhor momento, acrescentando que todo investidor, seja pessoa física ou institucional, tem que lembrar que está fazendo a gestão de um portfólio.
Os Estados Unidos têm uma das economias mais dinâmicas no mundo. No entanto, há muitas empresas com alta perspectiva de crescimento fora do território americano que devem ser consideradas na diversificação.
Empresas de growth na Europa, por exemplo, negociam com múltiplos consideravelmente mais baixos do que as empresas americanas, destacou Popovich. O investidor tem muito a ganhar expandindo o seu horizonte e acessando os mercados globais.
Os investidores devem se considerar como alocadores. Ou seja, todos estão lidando com portfólio, não somente com investimentos a nível individual. Por isso, é muito importante adotar uma perspectiva de longo prazo.
É preciso avaliar qual é o retorno esperado para a classe de ativos, mas, também, analisar como esses ativos se combinam, mencionou o executivo.
Ao analisar a parcela de investimento no exterior nas carteiras brasileiras, percebe-se muito potencial para expansão, reforçou Daniel, complementando que todos podem se beneficiar, principalmente o investidor que diversificar mais,
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