Ata do FOMC: Ata mais dura contrasta com discurso brando de Powell
22/05/2024
Por
William Castro
Formado em economia pela UFRGS – RS. Em 2004, iniciou sua carreira na Solidus Corretora, com passagens pelo Koliver Merchant Bank e Banco Alfa. Foi sócio, analista-chefe e um dos principais porta-vozes da XPInvestimentos. Também foi sócio e líder de gestão da VGRGestão de Recursos. Possui as certificações Series 7 e 24. É estrategista-chefe, sócio e porta voz da Avenue desde 2018.
Foi divulgada a minuta da última reunião do FOMC (comitê de política monetária americano), em maio, na qual o comitê decidiu manter as taxas de juros inalteradas.
Em linhas gerais, os comentários e highlights dessa ata pareceram reforçar o tom de combate do Fed com a inflação e sua preocupação com a evolução recente dos números. Entendemos que a ata reforça as interpretações em linha mais hawkish, ou seja, de que o banco central americano não tem pressa para cortar os juros e se mostra preocupado com os níveis de inflação correntes. A minuta, em nossa visão, contrasta com a leitura e interpretação mais branda do mercado em relação ao discurso e fala de Jerome Powell na conferência após o anúncio dos juros.
Abaixo os highlights:
- A ata traz que diferentes dirigentes do Fed (Federal Reserve) demonstraram certa disposição inclusive em apertar ainda mais a política monetária caso os riscos para a inflação se materializem.
- Os dirigentes do Fed discutiram manter os juros elevados no atual patamar por mais tempo caso a inflação não dê sinais de avançar de forma sustentável para 2%.
- Autoridades do Fed também observaram vários riscos para a inflação, em especial o geopolítico.
- Os membros do comité também expressaram preocupação com financiamentos mais arriscadas por parte dos consumidores como forma de contornar as pressões inflacionistas. Eles citaram o aumento do uso de cartões de crédito; serviços compre agora, pague depois; e para o aumento das taxas de inadimplência para alguns tipos de empréstimos ao consumidor.
- A ata traz também, certa preocupação com a efetividade dos aumentos e da política monetária em fazer efeito no controle e combate à inflação em comparação com o passado. Comentam ainda que as taxas de juro de equilíbrio a longo prazo possam ser mais elevadas do que se pensava anteriormente.
Impacto e Leitura
O impacto nos mercados foi brando. Os yields dos títulos de dívida americana subiram marginalmente, e o dólar (índice DXY) apresentou leve valorização. Os mercados de renda variável também reagiram marginalmente de forma negativa ao anúncio.
William Castro Alves
Estrategista-chefe da Avenue Securities
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William Castro
Formado em economia pela UFRGS – RS. Em 2004, iniciou sua carreira na Solidus Corretora, com passagens pelo Koliver Merchant Bank e Banco Alfa. Foi sócio, analista-chefe e um dos principais porta-vozes da XPInvestimentos. Também foi sócio e líder de gestão da VGRGestão de Recursos. Possui as certificações Series 7 e 24. É estrategista-chefe, sócio e porta voz da Avenue desde 2018.
