Avenue

Por

William Castro

Formado em economia pela UFRGS – RS. Em 2004, iniciou sua carreira na Solidus Corretora, com passagens pelo Koliver Merchant Bank e Banco Alfa. Foi sócio, analista-chefe e um dos principais porta-vozes da XPInvestimentos. Também foi sócio e líder de gestão da VGRGestão de Recursos. Possui as certificações Series 7 e 24. É estrategista-chefe, sócio e porta voz da Avenue desde 2018.

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Conforme esperado, o Fed reduziu a taxa referência da economia para um intervalo de 4,25% a 4,50% (corte de 25 bps) tal qual amplamente aguardado pelo mercado.

 

Destaques do comunicado

– Decisão não foi unânime e houve um voto para manutenção da taxa.

– Elevação da projeção de inflação para 2025 de 2,1% para 2,5%.

– Projeção de outros dois cortes ao longo de 2025 com a taxa encerrando o ano em um range de 3,75% a 4% (expectativa anterior era de quatro cortes).

– Aumento marginal na taxa neutra de longo prazo de 2,9% para 3%.


Fonte: CNBC.com – 18/dez/2024

Impacto

  • Elevação dos yields dos títulos de dívida dos EUA, em especial entre os vértices de 1 a 10 anos;
  • O índice dólar (índice DXY) se valoriza de forma consistente subindo mais de 1%; e contra o Real a moeda americana atinge sua máxima histórica nos R$ 6,29;
  • As bolsas americanas reagiram de forma negativa acelerando as quedas após a decisão e comunicado.

 

Abaixo o quadro com as projeções do FOMC para economia americana


Fonte: FederalReserve.org – 18/dez/2024

 

Leitura

O corte de 25 bps veio totalmente em linha com o esperado pelo mercado. No entanto, a decisão não unânime, as mudanças nas projeções econômicas, os comentários de Powell ao balanço de riscos inflacionários durante a entrevista coletiva e sua ressalva acerca das incertezas olhando a frente, indicam que devemos ver uma pausa nos cortes de juros na reunião de janeiro. O Fed deve agora aguardar os dados, querendo ver progresso na queda da inflação ou deterioração significativa do mercado de trabalho antes de tomar uma decisão acerca de mais cortes de juros. Mencionou também o grau elevado de incerteza para 2025 e da dificuldade de fazer previsões num horizonte de longo tempo.

 

Highlights da entrevista com o presidente do Fed, Jerome Powell

  • Necessidade dos cortes de juros. Powell foi indagado acerca da necessidade de cortes adicionais de juros, uma vez que a economia americana continua resiliente e ainda existem riscos inflacionários (especialmente num contexto em que o próprio Fed fez uma revisão das expectativas de inflação para cima em 2025). Sua resposta deixou claro que a decisão de corte de juros foi apertada e que existem diversas incertezas no cenário para 2025 – Ainda que não tenha especificado quais incertezas, os receios com as mudanças de política econômica que possam ser implementadas por Trump ficam implícitas;
  • Políticas do governo Trump. É prematuro estimar mudanças na política de tarifas e incorporar isso em suas projeções. Powell ressaltou que não há como saber quais tarifas, em que países, por quanto tempo e em qual magnitude elas se darão. Não há também como dizer também que políticas implementadas no primeiro governo Trump possam servir como proxy para esse mandato e, portanto, o Fed não está fazendo projeções ou tomando decisões pautadas em tais suposições. Ainda assim Powell disse que os membros estão tendo em conta essas possibilidades quando pensam nos seus votos e fazem as projeções de cenários possíveis;
  • Pausa em janeiro? Em sua entrevista, Powell voltou a ressaltar os receios em relação a inflação, relativizando assim as preocupações com o desemprego. Powell ressaltou que a dinâmica de política monetária exige um ajuste fino para que não haja descontrole ou desancoragem de expectativas inflacionárias. Ao ressaltar a preocupação com a inflação, fica implícito que o Fed deve pausar os cortes até que haja uma evolução de dados que evidencie a continuidade de cortes de juros;
  • Taxa neutra. Powell comentou que esse conceito se refere a uma taxa de juros de uma economia em equilíbrio, ou seja, que as projeções atuais não necessariamente significam que a taxa de longo prazo estimada seria onde veremos os juros em 3 ou 4 anos;
  • Recessão. Ficou claro que a recessão foi evitada, com crescimento inclusive acima do esperado incialmente. As mudanças nas projeções econômicas já incorporam essa nova visão mais positiva. Powell disse que, o próprio ajuste que foi feito às expectativas de inflação teve em conta a força e resiliência da economia americana e isso acaba sendo um bom sinal;
  • Meta de 2%. Questionado sobre a possibilidade de o Fed se resignar com uma inflação um pouco mais lata que a meta de cerca de 2,5%, o presidente Jerome Powell foi veemente na sua resposta de que o Fed mantem se mantem comprometido com a meta de 2%, por mais que no cenário atual possa demorar um pouco mais a alcançar;
  • Subidas de juro possíveis? Nada é descartado, mas no cenário atual parece altamente improvável a necessidade de subir juros em 2025.

 

Para mais comentários como este, acesse o blog da Avenue: https://avenue.us/mercados/

 

@willcastroalves

Estrategista-chefe da Avenue Securities

 


 

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