3 pensamentos para os seus investimentos em 2022
03/01/2022
Fala pessoal, Guilherme Zanin quem escreve hoje. Primeiramente, quero desejar um feliz ano novo para todos os investidores globais! Esperamos que tenham um 2022 tão bom quanto o ano anterior (em termos de investimentos) e que tenham muita saúde para poder aproveitar estes recursos!Sonhamos que todos possam voltar a viajar e aproveitar a vida normalmente, mas agora bancarizados internacionalmente junto com a Avenue!
Agora vamos as perspectivas para 2022:
Never Bet Against America
Frase que virou clichê, mas 2021 foi marcado como mais um ano positivo para os otimistas e negativo para quem apostou contra o mercado americano. Inclusive, o S&P 500 ultrapassou a máxima histórica 71 vezes no ano, atingindo a segunda maior marca da história e apresentando um boom pós-pandemia que premiou os investidores, principalmente em tecnologia.
Portanto, como diria Warren Buffett: Never Bet Against America!
Inclusive, quando comparamos com outros mercados ao longo do tempo, nós brasileiros entendemos ainda mais os motivos para internacionalizar os nossos recursos. Em 2021, enquanto o mundo estava surfando uma recuperação (cambaleante, mas crescente), o Ibovespa apresentou um resultado bastante dispare, apresentando queda mesmo num cenário de alta dos principais índices americanos.
A semana passada, em clima de final de ano, foi marcada pelo baixo volume e sem grandes novidades no cenário internacional, fechando próxima da máxima histórica, apesar de seguirmos vendo um aumento expressivo e substancial do número de casos de Covid-19 na Europa e nos EUA. Na África do Sul, a piora de casos da variante ômicron parece ter ficado para trás. Os novos casos já mostram desaceleração e não há indícios de aumento representativo de internações e óbitos, em contraste com as últimas cepas.
Com o número de casos exponencialmente mais elevados e o inverno no hemisfério norte assolando ainda mais os hospitais, as próximas semanas ainda serão de mais notícias preocupantes vindas da Europa e EUA. Por ora, medidas pontuais estão sendo tomadas para combater o vírus, mas economicamente podemos observar um impacto negativo no crescimento. No campo inflacionário, contudo, o problema pode ser mais persistente devido a mais uma quebra da cadeia produtiva. Essas foram as preocupações do início do ano de 2021 e que seguem preocupando o mercado para 2022.
Adeus Ano Velho, Feliz Ano Novo
Quando começamos a olhar as perspectivas dos principais analistas de Wall Street para 2022, notamos que elas estão divididas em três temas principais:
1. A inflação provavelmente continuará até que os problemas da cadeia de abastecimento sejam corrigidos.
Inclusive, este é considerado o principal risco para 2022, segundo os analistas consultados pela Bloomberg:
Apesar dos receios, já começamos a notar alguma desaceleração da dinâmica inflacionária e ela pode acabar sendo “transitória” conforme o FED previu (o timming que talvez tenha sido errado).
Potencialmente, em 2022 os preços do petróleo não devem subir tanto, os carros também devem não apresentar uma valorização tão elevada e nem uma demanda tão elástica quanto no ano anterior, os problemas da cadeia de abastecimento deverão diminuir com o tempo e a ajuda governamental para famílias de baix e /média renda irá secar. Já vimos um Natal que foi positivo, mas ainda aquém dos níveis de 2019.
O grande desafio dos bancos centrais será encontrar o equilíbrio para combater a inflação (aumentar as taxas de juros) sem destruir a demanda do consumidor.
2. Os gastos de investimentos das empresas podem aumentar.
2021 foi um grande ano para os EUA corporativamente, pois o FED injetou bilhões de dólares na economia e os consumidores voltaram correndo para comprar bens e serviços. O S&P 500 fechou em níveis recordes, mas não por especulação e sim por crescimento de lucros. Veja que a linha pretamostra os lucros das empresas do índice e a linha laranja l mostra a cotação das ações. Podemos ver uma correlação de longo prazo entre lucratividade das empresas e o desempenho do índice S&P. Este é um gráfico de longo prazo, são apresentados mais de 10 anos; mas se prestarmos atenção no final do gráfico fica claro que a relação se manteve, ou seja, ao passo que os lucros caíram o S&P caiu, tão logo os lucros voltaram a subir o S&P repercutiu isso.
Como o Will sempre nos diz “barbante não se empurra, barbante se puxa” e o mesmo vale para as ações. Quanto maior o lucro delas, maiores as cotações do índice e não o inverso.
Os fortes lucros das empresas no último ano e as baixas taxas de juros vêm alimentando os gastos de capital (investimentos). A reconstrução de estoques deve contribuir para um crescimento mais amplo da economia. Além disso, conforme mais gastos do consumidor mudam para serviços, as empresas terão um fôlego e reabastecerão os estoques. Não é à toa que as estimativas de lucros para 2022 e 2023 continuam crescendo (conforme gráfico da Bloomberg abaixo), o que novamente pode puxar os lucros para cima:
Recuperação irregular da Covid-19.
A maior ameaça ao crescimento econômico continua a ser a Covid-19 e pode ser que a recuperação mostre um padrão mais desigual. Os mercados emergentes, com menos recursos, são mais vulneráveis a choques econômicos e novas cepas da Covid.
A ômicron já mostrou que a pandemia ainda não acabou e pode causar estragos em questão de semanas. Além de tudo isso, eu gostaria de pontuar uma última questão, muito importante para os investidores brasileiros em 2022: as eleições.
Um material muito bom feito pela Nord Research mostra como se comporta o dólar comparado ao real em anos eleitorais. O cenário ideal para o país em 22 seria de realização de reformas estruturais importantes no primeiro semestre e uma eleição menos polarizada no segundo semestre. Entretanto, admito que este cenário parece cada vez menos provávele, independentemente do vencedor, a alocação de recursos em dólar continua sendo prudente para quem deseja possuir um patrimônio de longo prazo.
Por fim, na minha visão, o melhor cenário econômico seria se a política monetária americana apertasse, mas menos do que os investidores temem. Além disso, é importante continuar os gastos em investimentos das empresas (ter um cenário previsível para que elas possam fazer isso), melhorar as cadeias de abastecimento e a saúde global. Segundo o Morgan Stanley, a expectativa de crescimento do PIB mundial para 2022, conforme consenso, é de 4,7% – e esperemos que o Morgan Stanley esteja certo.
Era isso pessoal. Para mais conteúdos, me sigam nas redes sociais, @gui_zanin_, no Twitter ou Instagram.
Aquele abraço!!!
GUILHERME ZANIN