Década de 2020: A década da internacionalização
09/05/2024
Durante muitas décadas, tirar o dinheiro do banco para investir em uma corretora no Brasil era algo quase que impensável. A década de 2010 veio para mudar isso. De acordo com a B3, desde 2014, os investidores em bolsa de valores multiplicaram por 10, como é possível ver no gráfico abaixo.
Fonte: B3, Elaboração Avenue
Esse é um processo que muitos países já passaram, conhecido por desbancarização, isto é, o cliente passa a não ter 100% do seu dinheiro em banco tradicionais e leva parte do seu patrimônio para corretoras independentes.
Se os anos 2010 foram da desbancarização, os anos 2020 são o da internacionalização.
Quando se compara o Brasil com seus pares, há um longo caminho ainda a percorrer nesse quesito. Enquanto os chilenos investem 50% fora do país, os sul-africanos e mexicanos por volta de 20%, o Brasil beira o 1%. Esse desenvolvimento requer tempo, assim como mais estrutura tecnológica e regulatória que vêm sendo desenvolvidas nos últimos anos.
Na década passada, investir no exterior era um trabalho árduo e caro para residentes fiscais brasileiros. Era escasso em informação e abundante em burocracia. Apenas aqueles com recursos financeiros suficientes para pagar especialistas e acelerar o processo, que frequentemente levava semanas, conseguiam abrir contas em instituições financeiras fora do Brasil.
Já em 2024, o cenário é bastante diferente. É possível abrir uma conta de investimentos no exterior em menos de 10 minutos, com todos os formulários regulatórios preenchidos e exigidos, como ocorre na Avenue, de forma gratuita e digital. Essa facilidade na abertura, junto com a não existência de um valor mínimo para se ter uma conta de investimentos no exterior e investimentos a partir de US$ 5 expandiu os horizontes de inúmeros investidores, que passam a ver a diversificação não apenas entre classes de ativos, mas também em diferentes jurisdições.
Como é possível ver no gráfico abaixo, a bolsa brasileira, em agosto de 2023, era a 20ª maior do mundo, não chegando a US$ 1 trilhão.
Isso representa menos que 1% do mercado acionário global.
Fonte: Visual Capitalist
Em renda fixa, a história não é tão distinta. Apesar do Brasil, em 2022, ter mais de US$ 2,4 trilhões em títulos de dívida, tanto soberana como corporativa, isso representa menos de 2% do mercado global.
Fonte: Visual Capitalist
Dado o mercado ainda pequeno no Brasil frente ao mundo, o investidor brasileiro deveria enxergar uma necessidade de diversificar globalmente o seu patrimônio, visto o tamanho do oceano azul ainda inexplorado.
O Brasil é conhecido por seguir tendências, especialmente dos EUA, mesmo que tenha um atraso considerável. O primeiro cartão de crédito dos EUA surgiu em 1950. No Brasil foi em 1968. O primeiro ETF negociado nos EUA foi em 1993. No Brasil foi em 2004.
Esse atraso tem inúmeros motivos, tanto o tamanho da economia, recursos disponíveis, incentivos em certos setores etc. O americano investe através de corretoras independentes online há muito tempo, e já é algo normal e utilizado por mais de 60 milhões de cidadãos. E se engana quem imagina que os EUA investem apenas no próprio país. Mesmo sendo o maior mercado de capitais e renda fixa no mundo, a parcela de investimento no exterior fica próxima dos 20%.
A mudança acontece de forma gradual nos investimentos, assim como aconteceu no consumo nas últimas décadas. Hoje é impensável passar um dia sequer sem ter contato com alguma marca que não seja internacional. Por exemplo, o celular que usamos, aplicativos dentro dele, pasta de dente, sabonete ou roupas. Indo além, na alimentação muitos produtos comuns, que nós brasileiros usamos no nosso dia a dia, são de empresas globais, e mesmo produtos feitos no Brasil tem matérias primas cotadas em dólar, como café, chocolate, pão e carne para citar alguns.
Há algumas décadas não se consumia produtos importados, e isso era considerado normal. No futuro, investir no exterior será como consumir produtos importados hoje, estará entremeado no dia a dia financeiro de boa parte dos investidores. Importante lembrar que não é para simplesmente investir todo seu capital no exterior, em nenhum momento é defendida essa ideia.
Todavia, menos de 1% investido fora ainda está muito aquém do potencial que pode ser alcançado, dado o tamanho do mercado global, a pequena representação que o Brasil tem frente ao mundo, e a grande quantidade de possibilidades que existem fora do próprio país. Fazendo uma analogia, investir só no Brasil é quase como ir ao mercado e só poder comprar o que está em 1 gôndola, deixando de fora uma gama de produtos.
The Long and Short of “Home Country” Bias | CLA (CliftonLarsonAllen) (claconnect.com)
Como abrir conta em uma corretora nos EUA (infomoney.com.br)
Mapped: The Largest Stock Exchanges in the World (visualcapitalist.com)
Ranked: The Largest Bond Markets in the World (visualcapitalist.com)
guia-cartao-credito_atualizacao-ago2023-1.pdf (www.gov.br)
A Brief History Of Exchange-Traded Funds (investopedia.com)
U.S.: online stock brokers by clients 2023 | Statista
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