IPO nos EUA: entenda como funciona
13/03/2024
13/03/2024
13/03/2024
Um dos momentos cruciais observados atentamente pelos investidores no mercado financeiro é a realização de IPOs (Ofertas Públicas Iniciais). Esses eventos representam a entrada de uma empresa na Bolsa de Valores e, geralmente, despertam não apenas curiosidade e interesse, mas também a ambição de alcançar ganhos significativos. Mas afinal, o que define um IPO?
IPOs – Initial Public Offerings são as ofertas públicas iniciais feitas por companhias que realizam o lançamento de suas ações pela primeira vez na bolsa de valores. Alguns dos principais objetivos ao se fazer um IPO são:
•Maximização do valor de mercado;
•Maior liquidez para investidores e funcionários;
•Levantamento de capital para reinvestir no negócio;
•Utilização das ações como moeda em aquisições/fusões e muito mais.
Agora que você já sabe o que são IPOs, que tal descobrir quais são as diferenças dos IPOs no Brasil e nos Estados Unidos? Continua a leitura!
Compreender as nuances entre os processos de IPO (Oferta Pública Inicial) no Brasil e nos Estados Unidos é essencial para investidores do mercado financeiro.
Primeiro, é necessário saber que ambos os mercados contam com órgãos responsáveis por regular o mercado de capitais, inclusive aprovando as novas ofertas públicas de empresas. Nesse sentido, quem faz tais atividades no Brasil é a Comissão de Valores Mobiliários (CVM).
Já nos Estados Unidos, a Securities and Exchange Commission (SEC) é a agência reguladora responsável por supervisionar essa atividade. Para isso, as empresas que desejam fazer a abertura de capital precisam encaminhar a documentação para aprovação da SEC.
Os IPOs feitos no Brasil são ligados à B3, que é a única Bolsa de Valores do país. Além disso, há um número muito menor de empresas já listadas, o que pode diminuir as opções para diversificar a carteira de investimento.
Já nos EUA, as empresas podem escolher entre várias bolsas de valores, as mais conhecidas são a NYSE ou a NASDAQ.
Historicamente, relevantes empresas associaram sua oferta de ações às bolsas dos Estados Unidos. E é na NYSE e na Nasdaq, as maiores do país, que os ativos de grandes nomes do mercado podem ser encontrados.
As empresas são livres para escolher entre as duas bolsas. Historicamente, companhias mais alinhadas ao setor tecnológico têm a tendência a escolher a Nasdaq, que foi a primeira bolsa eletrônica do mundo, enquanto a NYSE, com suas origens no século 18, é conhecida por abrigar empresas consolidadas e com longo histórico.
Alguns nomes conhecidos nestas bolsas: na NYSE, temos nomes como a PepsiCo, McDonald’s, Nike, Fedex, enquanto na Nasdaq aparecem empresas como Amazon, Apple, Facebook, Google, entre outras.
A decisão de empresas brasileiras em abrir capital nos Estados Unidos buscam não apenas ampliar sua visibilidade global, mas também fortalecer sua capacidade de captação de recursos.
Algumas empresas listadas na bolsa americana nos últimos anos:
Lembramos que as informações apresentadas aqui têm apenas fins informativos. Ou seja, este conteúdo não deve ser entendido como uma recomendação de compra ou venda.
XP – A corretora brasileira, que ficou conhecida pelo movimento de desbancarização, chamou atenção ao escolher a Nasdaq, nos Estados Unidos, como o ambiente para seu IPO. A oferta aconteceu em 2019, quando levantou mais de US$ 2 bilhões com os investidores e precificou a empresa em quase US$ 15 bilhões.
Na época, o lançamento chamou atenção não apenas dos investidores brasileiros, mas também dos americanos, uma vez que esse foi um dos maiores IPOs de 2019 nos EUA, mesmo ano em que nomes como Uber, Alibaba e Saudi Aramco vieram a público.
PagSeguro – Um ano antes, em 2018, a PagSeguro escolhia outra bolsa americana, a NYSE (New York Stock Exchange) para ser a casa dos seus investidores.
A captação também gerou números expressivos. Movimentando mais de US$ 2 bilhões, esse foi um dos maiores IPOs nos Estados Unidos naquele ano, quando a liderança ficou com o Spotify, que levantou mais de US$ 9 bilhões em novos recursos.
StoneCo – No mesmo ano de 2018, a Stone também foi ao mercado americano. Listando suas ações na Nasdaq, ela também entrou na lista dos maiores IPOs daquele ano, quando sua oferta movimentou mais de US$ 1 bilhão, alcançando um valor de mercado próximo de US$ 9 bilhões.
Pátria Investimentos – O início de 2021 também marcou a chegada de mais uma brasileira ao mercado americano: a companhia de private equity Pátria Investimentos.
Listada na Nasdaq, a companhia realizou uma captação mais modesta que os demais brasileiros do setor financeiro – US$ 326 milhões –, mas é mais um exemplo de como as empresas locais estão buscando o maior mercado do mundo.
Nubank – Levantou US$ 2,3 bilhões, em uma das maiores aberturas de capital de 2021 no mundo.
Segundo dados de 2023, os Estados Unidos representam quase 59% do volume total de capitalização do mercado global. Ou seja, mais da metade da capitalização mundial está ligada ao mercado americano.
Fonte: Global stock markets by country 2023
Essa capitalização, que considera o período de janeiro de 2024, mostra números que ultrapassam os US$ 50 trilhões.
Os recordes de IPOs vivido pelo mercado americano pode dizer muito: seria nos EUA o ambiente ideal para os mais diversos tipos, portes e origens de empresas que tomam seus passos pensando num mercado global e diverso?
Em 2021, o número registrado de IPOs nos EUA no ano ultrapassou a casa dos 1035 – e os registros dos anos anteriores mostram a evolução:
Fonte: Stock Analysis
Em 2023, o número de registro de IPOs vai para 154 e continua sendo um número expressivo.
Outro fator evidenciado pelos IPOs brasileiros nos EUA está nas possibilidades de exposição. Enquanto no mercado americano se terá acesso direto às ações da empresa listadas em bolsa, no Brasil só estarão disponíveis os BDRs – que são recibos relacionados a essas mesmas ações.
No mercado americano, você pode dolarizar seus investimentos e tem a possibilidade de proteger o patrimônio dos riscos de uma carteira não diversificada. No Brasil, o Risco-País ainda pode se fazer presente em muitos momentos.
E mais: o processo para declarar investimentos no exterior é essencialmente o mesmo processo usado para declarar ações no Brasil.
E, na Avenue, disponibilizamos relatórios em português, sem custo adicional, com todas as informações necessárias para a declaração.
Mas a reflexão levantada aqui não é sobre investir em ações ou BDRs. A reflexão é:
Por que investir só pelo Brasil se até as empresas estão optando por irem direto para o exterior?
Pode ser somente um alinhamento de objetivos e expectativas entre a empresa e o mercado, mas em muitos casos o motivo é uma visualização mais clara sobre os EUA serem um terreno mais efetivo para o ganho de visibilidade mundial e aumento do volume de negociações.
Leia também: BDR vs. Ações no Exterior: vantagens e desvantagens
O mercado americano não para de crescer. Todos os meses, temos visto dezenas ou até mesmo centenas de novos nomes na Bolsa.
E seja para ter acesso a todas as brasileiras negociadas nos Estados Unidos, internacionalizar seu patrimônio de maneira direta ou aproveitar qualquer outra opção do maior mercado do mundo, conte com a Avenue para acessar o sistema financeiro americano de maneira simples e rápida.
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