Quando se trata de investir em ações, há uma variedade de estratégias disponíveis para os investidores explorarem. No entanto, hoje vamos direto ao ponto e discutir uma delas em particular: o Value Investing. Vamos entender o que é, como funciona, e como analisar empresas usando essa abordagem, além de conhecer mais a fundo sobre um de seus principais representantes: Warren Buffett.

O que é Value Investing?

O Value Investing é uma estratégia que visa identificar empresas cujas ações estão subvalorizadas pelo mercado. Em termos simples, busca-se encontrar empresas cujos preços das ações estejam abaixo do seu verdadeiro valor intrínseco. A ideia é adquirir essas ações por um preço mais baixo e esperar que seu valor intrínseco seja reconhecido, possibilitando a venda a um preço mais alto.

Essa estratégia se apoia em duas premissas fundamentais: a primeira é que o mercado nem sempre avalia corretamente o valor das empresas, e a segunda é que, a longo prazo, o valor intrínseco das empresas se reflete no preço das ações.

Resumindo, o Value Investing busca identificar empresas com fundamentos financeiros sólidos e perspectivas de crescimento promissoras, negociadas a preços abaixo de seu valor real no mercado.

Como funciona?

A base do Value Investing é a análise fundamentalista. Isso envolve examinar diversos aspectos da empresa, incluindo seu desempenho financeiro, estrutura, qualidade da gestão e mercado em que atua. A partir dessas informações, é possível estimar o valor intrínseco da empresa, ou seja, seu verdadeiro valor.

A análise inclui indicadores financeiros como fluxo de caixa, endividamento, margem líquida, lucro por ação, entre outros. Também é essencial analisar a posição da empresa no mercado e suas perspectivas de crescimento.

Investindo com Value Investing

Para implementar essa estratégia, é necessário conduzir uma análise cuidadosa das empresas, identificando aquelas com bons fundamentos financeiros, gestão sólida e perspectivas de crescimento. Vale ressaltar que o Value Investing é uma estratégia de longo prazo, exigindo paciência e disciplina.

Entre os investidores notáveis que adotam essa abordagem, destacam-se Warren Buffett, Benjamin Graham e Charlie Munger. Buffett, em particular, é conhecido por construir grande parte de sua fortuna através do Value Investing.

Livros também são recursos interessantes para aprimorar o seu conhecimento. Alguns que podem te ajudar são: “O Investidor Inteligente” de Benjamin Graham, considerado a bíblia do Value Investing, e “Ações Comuns, Lucros Extraordinários” de Philip Fisher, outro clássico que oferece uma visão interessante sobre identificar empresas com potencial de crescimento.

Mas afinal, quem é Warren Buffett?

Se você está por dentro do cenário internacional de investimentos, certamente já se deparou com o nome Warren Buffett, um dos maiores investidores de todos os tempos, cuja fortuna ultrapassa a marca de US$ 100 bilhões. Mas quem é a figura por trás desse ícone do mundo financeiro?

Buffett, nascido em 1930 em Omaha, Nebraska, EUA, iniciou sua jornada como investidor desde muito cedo. Aos 11 anos, já havia feito suas primeiras incursões no mercado de ações, e aos 14, conquistou seu primeiro emprego em uma corretora.

Graduado em Economia e com anos de experiência no mercado financeiro, em 1965, Buffett se tornou acionista majoritário da Berkshire Hathaway, uma empresa que se mantém como uma das maiores do mundo até os dias atuais. A Berkshire Hathaway atua em diversos setores, incluindo energia, seguros, varejo e tecnologia.

Como já exploramos anteriormente, a estratégia de investimento de Buffett é fundamentada no Value Investing, considerada uma das mais bem-sucedidas da história. No entanto, seu legado vai além dos números de sua fortuna. Buffett é igualmente reconhecido por suas atividades filantrópicas e por adotar um estilo de vida descomplicado.

Devido à sua notável capacidade de antecipar tendências do mercado e tomar decisões acertadas, Warren Buffett também é carinhosamente conhecido como o “Oráculo de Omaha”. Sua trajetória não apenas impactou o mundo dos investimentos, mas também serviu de inspiração para muitos que buscam sucesso financeiro aliado a uma abordagem simples e sensata.

História da Berkshire Hathaway

A Berkshire Hathaway é uma empresa que evoluiu de uma modesta fábrica de tecidos fundada em 1839 por Oliver Chace, em Rhode Island, EUA, para se tornar uma das principais organizações dos Estados Unidos e do mundo.

Em 1962, Warren Buffett entrou em cena, iniciando a aquisição de ações da empresa. Em 1965, ele não apenas se tornou o acionista majoritário, mas também assumiu o papel de CEO. Durante a década de 1970, Buffett começou a implementar uma estratégia de diversificação, expandindo os horizontes da Berkshire Hathaway para além do setor têxtil.

Na década de 80, o portfólio da empresa ganhava cada vez mais destaque, incorporando gigantes como Coca-Cola e Gillette. Essa mudança estratégica solidificou a posição da Berkshire Hathaway como uma força significativa nos mercados financeiros, contribuindo para sua reputação como uma das principais empresas tanto nos Estados Unidos quanto globalmente.

O sucesso da Berkshire Hathaway é notavelmente impulsionado pela filosofia de “comprar e manter” a longo prazo, ou seja, a estratégia do Value investing.

A importância do longo prazo segundo Warren Buffett

Segundo Buffett, começar a investir o mais cedo possível oferece a vantagem do tempo trabalhando a seu favor. A paciência emerge como uma virtude essencial, já que, muitas vezes, é necessário aguardar anos para testemunhar retornos significativos. Contudo, de acordo com o próprio Buffett, essa espera é recompensada.

Ao invés de tentar prever o futuro, Buffett encoraja os investidores a direcionarem sua atenção para empresas com históricos sólidos e perspectivas de longo prazo promissoras. Adotar essa filosofia permite que as flutuações e volatilidades do mercado tenham menos impacto no dia a dia dos investimentos.

Além de investir em setores que você conhece, gosta e acredita em seu potencial futuro, a abordagem de longo prazo proporciona a vantagem dos juros compostos ao longo do tempo. Esse fenômeno permite que seu dinheiro cresça de maneira exponencial. Essa abordagem reduz a influência das emoções e das notícias do mercado, priorizando o que realmente importa: o longo prazo.

Assim, ao incorporar a mentalidade de investimento de Warren Buffett, percebe-se que a paciência, a seleção criteriosa de investimentos sólidos e a visão de longo prazo formam um conjunto potente na busca pelo sucesso no mundo dos investimentos.

Considerações finais

O Value Investing pode ser uma alternativa para investidores que buscam resultados a longo prazo na bolsa de valores. Contudo, é crucial avaliar se essa estratégia se alinha com seus objetivos e estilo de investimento. Além disso, é necessário ter em mente que o Value Investing exige tempo, paciência e dedicação para realizar análises e identificar oportunidades. Consultar profissionais capacitados pode ser crucial para tomar decisões financeiras assertivas.

Disclaimers:

A situação de cada investidor é única e você deve considerar seus objetivos de investimento, tolerância ao risco e horizonte de tempo antes de fazer qualquer investimento. Investir envolve risco e você pode incorrer em um lucro ou perda, independentemente da estratégia selecionada. O conteúdo acima não é uma recomendação para comprar ou vender qualquer ativo individual ou qualquer combinação de ativos.

Qualquer informação não é um resumo completo ou declaração de todos os dados disponíveis necessários para tomar uma decisão de investimento e não constitui uma recomendação. Os investimentos mencionados podem não ser adequados para todos os investidores.

Todo tipo de investimento, incluindo fundos, envolve risco. Risco refere-se à possibilidade de que você perderá dinheiro (tanto principal quanto qualquer ganho) ou não consiga ganhar dinheiro com um investimento. A mudança das condições do mercado pode criar flutuações no valor de um investimento em fundos. Além disso, existem taxas e despesas associadas ao investimento em fundos que geralmente não ocorrem na compra de ativos individuais diretamente

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Por

Juliana Benvenuto

Formada em Relações Internacionais, com pós-graduação em Finanças Corporativas pela Saint Paul e Extensão Universitária em Administração pela Universidade da Califórnia – Riverside.

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