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Por

William Castro

Formado em economia pela UFRGS – RS. Em 2004, iniciou sua carreira na Solidus Corretora, com passagens pelo Koliver Merchant Bank e Banco Alfa. Foi sócio, analista-chefe e um dos principais porta-vozes da XPInvestimentos. Também foi sócio e líder de gestão da VGRGestão de Recursos. Possui as certificações Series 7 e 24. É estrategista-chefe, sócio e porta voz da Avenue desde 2018.

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VISÃO DO ESTRATEGISTA

O CURIOSO CASO DO S&P 500

Semana passada comentei do curioso caso do mercado americano que mesmo subindo não fica mais caro. Te convido a leitura da newsletter da semana passada.

Essa semana, mais uma vez, vimos no mercado americano renovando máximas.

 

MERCADO “THE FLASH”?

Uma realidade dos novos tempos é a velocidade com que as coisas acontecem. O dia continua tendo 24 horas e o ano 365 dias, mas temos a impressão de que está tudo mais rápido, não é mesmo? Parece verdade e tem acontecido no mercado. Olha que interessante esse gráfico: ele mostra o tempo para que o S&P dobre de valor (alta de mais de 100%) de suas mínimas, nos diferentes bull markets vividos desde a segunda guerra mundial.

The Daily Shot.

Isso decorre da própria velocidade de recuperação da economia frente a crise que passamos em 2020. Muitos criticam as injeções de recursos feitas pelas autoridades monetárias do mundo todo (entenda-se bancos centrais), mas talvez o resultado tenha sido sim positivo!

O que temos visto é um mundo que saiu rápido de uma das maiores crises da história. O gráfico abaixo mostra o tempo despendido até o nível de emprego retornar aos níveis pré-crises em diferentes momentos da história. Em média lavou-se 30 meses para retornar ao nível de emprego pré-crise. Nos EUA, esse ainda não retornou, mas podemos ver pelo gráfico que estamos próximos a este nível.

Ryan Detrick.

À medida que a economia avança, as empresas tendem a vender mais e, consequentemente, lucrar mais. Se isso acontece, temos uma força positiva para segurar o bom desempenho do mercado.

 

MERCADO EFICIENTE?

Lembre ainda que o mercado americano por ser o maior do mundo é também o mais eficiente.

Como assim, em que sentido?

Com um número muito maior de investidores acompanhando o mercado diariamente, o mercado tende a corrigir assimetrias mais rapidamente. Uma forma de se entender essa eficiência de mercado é colocar uma nota de US$100 no chão. Se você deixar ela num local raramente acessado, essa nota de 100 dólares irá ficar lá por algum tempo. Por outro lado, se você colocar ela numa rua movimentada, muito rapidamente alguém irá notá-la.

 

LUCROS MAIORES

O que temos visto nessa safra de balanços são mais e mais empresas reportando resultados melhores do que o esperado pelo mercado e ainda revisões de guidances (projeções) para cima. Fora isso, a margem de lucro das empresas de tecnologia é sensivelmente maior que a de outros segmentos – vide gráfico abaixo.

Sam Ro.

Com uma maior participação dessas empresas no mercado americano, temos um cenário onde o mercado corrige rápido desvios de projeções nos resultados dessas, incorporando as novas premissas (mais positivas) e precificando isso no desempenho da ação.

 

POR OUTRO LADO…

Por outro lado, quanto mais o mercado sobe, mais devemos ficar cautelosos. Apesar de bons números nos resultados, sabemos que o mercado tende sempre a exacerbar movimentos tanto para cima quanto para baixo. O gráfico abaixo (do banco Morgan Stanley) mostra que a relação de fluxo de caixa operacional dividido pelo valor de mercado do S&P 500 se encontra nas mínimas. Isso quer dizer que o mercado tem pagado cada vez mais por um fluxo menor de dinheiro gerado pelas empresas.

Acemaxx Analytics.

 

Outra coisa para ficarmos de olho é que o VIX tem se mantido “comportado”. Sabemos que com certa frequência acontece que “chacoalha” essa aparentemente calma do mercado.

Investing.

 

DEIXADOS PARA TRÁS?

E para encerrar, tem me chamado a atenção a performance mais fraca da bolsa brasileira vis a vis a americana. Sabemos que muitos dos nossos clientes também realizam investimentos em nossa pátria mãe. De fato, o Brasil ficou para trás. Apesar de muitos colocarem na conta as nossas próprias mazelas internas – o que sem dúvida alguma contribui – também há um fator global nesse quebra-cabeça. A pandemia tem sido deveras Darwiniana também quando o assunto são nações medianamente preparadas para crises. O que temos visto é que os mercados emergentes em geral têm sofrido, em especial nos últimos dois meses gerando uma diferença de performance enorme entre os mercados. O gráfico abaixo compra o S&P 500 (linha preta), com o Ibovespa (linha verde) e o EEM, índice de emergentes (linha vermelha).

Investing.

 

Agora parece mais clara do que nunca a necessidade de acesso a outros mercados, não é mesmo? Então #GOGLOBAL.

 

Era isso pessoal, aquele abraço!

William Castro Alves

Por

William Castro

Formado em economia pela UFRGS – RS. Em 2004, iniciou sua carreira na Solidus Corretora, com passagens pelo Koliver Merchant Bank e Banco Alfa. Foi sócio, analista-chefe e um dos principais porta-vozes da XPInvestimentos. Também foi sócio e líder de gestão da VGRGestão de Recursos. Possui as certificações Series 7 e 24. É estrategista-chefe, sócio e porta voz da Avenue desde 2018.

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