Tudo que vai, deixa o gosto, deixa a memória
26/07/2021
26/07/2021
26/07/2021
VISÃO DO ESTRATEGISTA
TUDO QUE VAI DEIXA O GOSTO, DEIXA AS FOTOS…
Quem leu nossa newsletter na segunda-feira passada talvez tenha aproveitado as quedas desse dia para realizar alguns compras.
Nela comentei alguns setores em que tínhamos ações negociando bem longe das médias (abaixo) e chamei atenção para o Fear and Greed Index que se encontrava no modo “medo”, sendo esse tradicionalmente um bom momento para compras.
Como diz a música do Capital Inicial:
“Tudo que vai. Deixa o gosto, deixa as fotos. Deixa a memória “
O mercado foi rápido e a pequena queda, acentuada na segunda, se desfez rapidamente com o mercado novamente testando novas máximas. Vemos uma recuperação pós-pandemia que tem feito o mercado agir desta forma há cerca de 15 meses. O gráfico abaixo do do S&P mostra as realizações percebidas até aqui nesse período.
Na esteira de bons números apresentados pelas empresas, as bolsas americanas se recuperaram rápido encerrando a semana com altas de 1,96% no S&P, 1,08% no Dow Jones e 2,84% no Nasdaq.
FALANDO EM RESULTADOS…
Até agora números fortes substanciam essa recuperação da bolsa. Na última atualização (22/07) do Earnings Scout, das 104 empresas que reportaram seus números até agora, 90% delas bateram as estimativas de lucros e 84% apresentaram receitas maiores que o esperado pelo mercado.
Em média, essas empresas reportaram lucros 117% superiores do que os apresentados há um ano. No entanto, vale a ressalva de que estamos comparando dados atuais com o auge da pandemia, ou seja, quando a economia estava mais fechada e as empresas sofrendo. Dessa forma, a base é fraca. Além disso, em termos de surpresas, os lucros reportados vieram 17,8% superiores as expectativas do mercado e as receitas vieram 4,2% acima. A tabela abaixo compila essas informações.
Destaque para o setor financeiro, que até aqui foi o que apresentou a maior surpresa nos lucros, com EPS vindo 24% acima do esperado na média. Outros destaques foram os setores de materiais e energia, que englobam essencialmente o desempenho das empresas mais ligadas a commodities, sendo os que apresentaram maior inflexão de lucros.
Olhando geograficamente, as empresas mais globais são as que têm apresentado maior crescimento de receitas e lucros – vide os gráficos abaixo.
Parte relevante da explicação reside no fato de que as empresas do setor de utilidades públicas e imobiliário são intrinsicamente mais relacionados a atuação interna nos EUA – vide gráfico abaixo – e esses foram setores que sofreram menos durante a pandemia. Logo, a inflexão de lucros e receitas acaba sendo menor.
De qualquer forma, ainda temos muitos resultados pela frente. Apenas 20% das empresas do S&P reportaram resultados até agora. Para essa semana que se inicia teremos mais resultados de nomes bem conhecidos, como: Tesla, Apple, Visa, 3M, Facebook, Ford, Pfizer, Pinterest, Chevron, P&G, Caterpillar, entre outras. Aqui você encontra o calendário completo.
TUDO QUE VAI E TUDO QUE VEM…
Tão importante quanto a atuação dos bons resultados para essa sustentação dos preços, temos as perspectivas que as empresas vêm dando para seus próximos resultados, o famoso guidance. A Bespoke Research fez um levantamento mostrando que até o dia 13 de julho 15,63% das empresas que haviam reportados resultados revisaram seus guidances para cima. Esse número é bem expressivo comparativamente ao histórico.
Em especial para as empresas small caps, as expectativas de crescimento seguem maiores para esse ano e 2022 comparativamente as maiores empresas. Uma forma de ver isso é através do gráfico abaixo do Bank of America Research, que compara o crescimento de lucros para o Russell 2000 (que é composto de 2000 small caps) com o Russell 1000 (composto pelas 1000 maiores empresas da bolsa americana).
Como disse, o foco da semana continua sendo nos balanços. Dado o peso no S&P das empresas que divulgam resultados, entendo que o desempenho do mercado, como um todo, pode ser fortemente influenciado pelos números a serem divulgados. Vamos ficar de olho.
Era isso pessoal. Aquele abraço!
William Castro Alves