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Por

Tomás Roque

Formado em Economia pela UNESP com distinção e extensão em Business na Tampere University - Finlândia. Possui as certificações CGA, CGE e Series 99

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O mercado de derivativos é o maior do mundo, estimado em mais de 700 trilhões de dólares em junho de 2023, de acordo com o Bank for International Settlements (BIS). Essa é uma cifra até difícil de imaginar, e demonstra o tamanho e importância do mercado para os investimentos, especialmente quando falamos no cenário global. Antes de tudo, é preciso entender o que são derivativos.

Eles nada mais são que ativos financeiros que derivam de algum outro, como por exemplo uma ação, um ETF, taxa de juros e até a taxa de câmbio entre dois países. Isso quer dizer que um derivativo sempre estará vinculado com algum outro ativo, ele não existe por si só. A ideia deste artigo é explorar um dos principais derivativos que existem: as opções.

 

O que são Opções?

As opções são um contrato que dá ao titular o direito de comprar ou vender um ativo no futuro. A maneira mais fácil de compreender esse ativo é com um exemplo hipotético: Suponha que um investidor queira comprar um terreno, mas ainda não sabe como irá comprar, se precisará de um financiamento ou se irá esperar um pouco para pagar à vista. Mas ele ficou muito interessado nesse terreno e não quer deixar passar a oportunidade.

Assim, ele fala com o proprietário para comprar esse terreno daqui 6 meses por 300 mil dólares. Mas para ter esse direito, o investidor terá que pagar um caução, um prêmio. Vamos supor que o prêmio seja de 6 mil dólares. No final dos 6 meses, esse investidor terá a opção de:

  • Comprar o terreno por US$ 300 mil ou;
  • Não comprar o terreno

Se decidir pela primeira opção, independentemente da variação que possa ter ocorrido relativamente ao valor de mercado do imóvel, ele pagará 306 mil USD. Caso decida não comprar, sua perda é limitada ao prêmio que pagou: 6 mil USD

Essa situação com o terreno é um exemplo de uma opção de compra. É um direito de comprar algum ativo a um preço predeterminado, em uma data futura. Existe também uma opção de venda, e para deixar mais clara a explicação, usaremos outro exemplo hipotético, muito comum no dia a dia das pessoas: o seguro de carro.

Em essência, o seguro de carro pode ser comparado com uma opção de venda, porque o cliente paga um prêmio para a seguradora para caso o carro dele sofra alguma batida e perca bastante o seu valor, ele consiga “vender” o carro para seguradora por um preço determinado anteriormente. Em resumo, o seguro de carro é uma opção de venda.

Agora, trazendo os conceitos do mundo de terrenos e carros para o mercado financeiro, é comum existir opções de compra e venda para inúmeros ativos, sejam ações, ETFs, juros, taxas de câmbio, entre outros. Por exemplo, caso um investidor compre uma opção de compra de uma ação, ele imagina que essa ação irá subir no futuro. E caso ele compre uma opção de venda do mesmo ativo, ele espera que ele cairá no futuro.

Abaixo é possível visualizar um gráfico que ilustra o tamanho desse mercado em junho de 2023. À esquerda temos o total de valor nocional de opções (linha vermelha) que supera os 700 trilhões de dólares. É importante entender o que é o valor nocional citado acima.

Esse valor representa o valor nominal dos ativos subjacentes aos contratos de derivativos. A exemplo, para uma ação, seria o número de ações que exercidas através da opção, multiplicado pelo preço dessa ação. Esse valor é independente do prêmio pago por essa opção ou derivativo, representando somente o valor nominal dos ativos.


Fonte: BIS

 

Principais termos

Dentro do universo de opções, existem alguns termos importantes que são diferentes do mercado tradicional. São eles:

  • Call: Opção de compra;
  • Put: Opção de venda;
  • Titular (Comprador): Quem tem o direito de comprar/vender o ativo;
  • Lançador (Vendedor): Quem tem a obrigação, caso o titular exerça o direito, de vender/comprar o ativo subjacente;
  • Strike (Preço de exercício): Preço em que o titular do direito pode comprar/vender o ativo subjacente;
  • Vencimento: Data em que o contrato de opção expira;
  • Prêmio: Cotação da opção. Em suma, é o preço da opção no mercado, por quanto ela é negociada;
  • Tamanho do contrato: 1 contrato equivale a 100 unidades do ativo subjacente;
  • Opções Americanas: Podem ser exercidas a qualquer momento da data de compra até o vencimento;
  • Opções Europeias: Podem ser exercidas apenas na data de vencimento.

 

Por que opções?

Existem dois motivos principais pelos quais pode fazer sentido investir em opções. Um deles é a especulação, visto que é possível se alavancar de forma considerável no mundo de derivativos. A segunda forma é para proteção, adquirindo uma espécie de “seguro” da sua carteira, para se proteger de quedas ou correções de mercado.

Quem tem o objetivo de especular costuma comprar opções de compra, uma vez que o investidor espera que a ação irá se valorizar, fazendo com que, na maioria das vezes, as opções também subam.

Por outro lado, quem busca uma proteção para sua carteira, pode fazer através de uma compra de put. Como foi explicado no início, essa opção de venda é parecida com um seguro, então caso o ativo caia muito, essa opção tende a se valorizar, protegendo a carteira do investidor como um todo.

 

Considerações Finais

Por serem o maior mercado do mundo, os derivativos requerem bastante estudo para serem utilizados, junto com uma análise do seu perfil de investidor e preferências. Dentro desse mercado, as opções podem fazer sentido, a depender do objetivo do cliente e de sua tolerância ao risco.

Esse foi um artigo introdutório sobre o tema, que será explorado de forma mais aprofundada no decorrer do tempo. Acompanhe o blog da Avenue para não perder nenhum artigo nosso!

 

Referências

 


 

Disclaimers:

A situação de cada investidor é única e você deve considerar seus objetivos de investimento, tolerância ao risco e horizonte de tempo antes de fazer qualquer investimento. Investir envolve risco e você pode incorrer em um lucro ou perda, independentemente da estratégia selecionada. O conteúdo acima não é uma recomendação para comprar ou vender qualquer ativo individual ou qualquer combinação de ativos.

Qualquer informação não é um resumo completo ou declaração de todos os dados disponíveis necessários para tomar uma decisão de investimento e não constitui uma recomendação. Os investimentos mencionados podem não ser adequados para todos os investidores.

Todo tipo de investimento, incluindo fundos, envolve risco. Risco refere-se à possibilidade de que você perderá dinheiro (tanto principal quanto qualquer ganho) ou não consiga ganhar dinheiro com um investimento. A mudança das condições do mercado pode criar flutuações no valor de um investimento em fundos. Além disso, existem taxas e despesas associadas ao investimento em fundos que geralmente não ocorrem na compra de ativos individuais diretamente

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