ETFs americanos: o guia completo sobre Exchange Traded Fund nos EUA
02/08/2023
Os ETFs têm se tornado cada vez mais populares entre os investidores, oferecendo uma maneira simples e acessível de diversificar uma carteira de investimentos. Neste artigo, vamos explorar o mundo dos ETFs no mercado dos Estados Unidos, o maior e mais líquido do mundo, oferecendo aos investidores a oportunidade de acessar uma ampla variedade de ativos financeiros e aproveitar oportunidades de investimentos tanto nos EUA, quanto no mundo inteiro.
Um pouco de história
A indústria de ETFs é relativamente nova e remete ao início da década de 90 no Canadá. Foi em 1990 que ocorreu uma das primeiras tentativas do que viria a se tornar um ETF, com o lançamento do Toronto 35 Index Participation Units (TIPs 35) pela Toronto Stock Exchange. Esse instrumento de depósito, baseado em recibos, rastreava o Índice TSE-35. No entanto, o primeiro ETF da forma como conhecemos hoje foi criado em 1993, chamado SPY (Spider). Ele foi desenvolvido pela State Street Global Advisors e tem como objetivo acompanhar o S&P 500, que é o principal índice da bolsa americana.
O mercado de ETFs foi crescendo ao longo dos anos e atualmente existem mais de 3 mil ETFs listados no mercado americano, com um valor de mercado aproximado de 7 trilhões de dólares.
Um ETF ou Exchange-Traded Fund, nada mais é do que um fundo de investimento que tem suas cotas negociadas em bolsa de Valores, assim como uma ação.
Mas diferentemente de uma ação, quando você compra um ETF, você está investindo em uma cesta de ativos e não em um único ativo, o que ajuda a reduzir potencialmente o risco e a exposição, ao mesmo tempo que já diversifica o portfólio.
Também são muito conhecidos como fundos de índice, pois em sua grande maioria buscam replicar algum índice específico, ou algum setor de mercado. E nesse tipo de estratégia, que possui gestão passiva, o objetivo não é tomar decisões autônomas para superar o índice de referência, e sim acompanhá-lo.
Na gestão passiva, o gestor do ETF se compromete a seguir uma estratégia de investimento predefinida, sem realizar análises constantes em busca de oportunidades. Isso significa que o fundo não toma decisões ativas para tentar melhorar seu desempenho, mas deve aderir estritamente à metodologia escolhida.
Por exemplo, imagine um ETF que busca acompanhar o índice S&P 500, principal índice da bolsa americana. O gestor não pode escolher as ações que julga serem mais atrativas, pois ele precisa investir nas mesmas ações que compõem o índice, nas mesmas proporções.
No entanto, nos EUA existem também os ETFs de gestão ativa, que compram e vendem ativos com o intuito de superar o índice de referência definido.
O regulamento de cada ETF contém uma seção chamada “política de investimento”. Nessa parte, os investidores podem verificar exatamente quais são as regras e os limites de gestão que o administrador do ETF deve seguir.
As maiores gestoras de recursos do mundo são responsáveis pela grande maioria do volume de ETFs negociados nos EUA, entre elas, a Black Rock, com sua plataforma de ETFs chamada ishares, a Vanguard, a State Street Global Advisors e a Invesco.
Um ETF é como uma ação que você pode comprar e vender durante o dia nas bolsas de valores. Ele tem um código de negociação e seu preço pode ser acompanhado ao longo do dia.
Porém, ao contrário das ações de uma empresa, um ETF pode ter o número de ações em circulação mudando todos os dias. Isso acontece porque novas ações podem ser criadas ou ações existentes podem ser resgatadas. Essa flexibilidade ajuda a manter o preço do ETF alinhado com os títulos que ele representa.
Embora os ETFs sejam destinados a investidores individuais, os investidores institucionais também desempenham um papel importante, ajudando a garantir que o ETF tenha liquidez suficiente e que seu preço esteja em linha com o valor dos títulos subjacentes.
Existem diferentes tipos de ETFs que você pode encontrar no mercado. Vamos dar uma olhada em alguns deles:
Vantagens:
Desvantagens:
O primeiro passo é abrir uma conta em uma corretora americana. Com a Avenue, os investidores têm acesso a mais de 8 mil ativos disponíveis no mercado dos EUA, incluindo uma ampla variedade de ETFs. Com a conta aberta, é necessário fazer uma remessa de recursos, em reais mesmo, via PIX ou TED, e na sequência realizar câmbio de real para dólar. Com os dólares disponíveis, e uma vez escolhido o ativo, é só entrar no home broker e efetuar a sua ordem de compra.
Na hora de escolher um ETF, é importante levar em consideração o seu perfil de investidor, e considerar alguns critérios, como o índice de referência, a liquidez, os custos e as taxas envolvidas, além do tamanho e da reputação da gestora do fundo. Você pode utilizar ferramentas de análise e pesquisa para comparar e selecionar os mais adequados para seus objetivos de investimento.
A Avenue disponibiliza alguns relatórios na área logada do cliente, que são feitos pelo time de análise para ajudar o investidor nessa escolha.
Investir em ETFs envolve custos, como taxas de administração do fundo e custos de corretagem. As taxas de administração são anuais, cobradas diariamente de forma pró rata (isso é feito de forma automática no valor do ETF, não havendo a necessidade de desembolso por parte do investidor), enquanto os custos de corretagem são aplicados na compra e venda dos ETFs. É importante considerar esses custos ao avaliar a rentabilidade potencial dos seus investimentos.
Diferentemente do Brasil, nos EUA os ETFs podem distribuir dividendos aos cotistas. Outro ponto importante, é que não existe lote padrão para a compra e venda de ETFs, e é possível inclusive fracionar um ativo em até 4 casas decimais, fazendo com que a aplicação mínima em alguns casos, fique por volta de 5 dólares apenas.
É importante destacar que esse conteúdo é válido para a data de publicação desse artigo. As regras de tributação podem mudar, e por esse motivo, é muito importante que você esteja atento e confirme todas as regras vigentes no momento que for apurar e recolher o seu imposto.
Os ganhos de capital estão sujeitos à incidência do Imposto de Renda e é calculado como a diferença entre o valor de compra e o valor de venda de um ETF.
A alíquota varia de acordo com o valor do ganho de capital. Se o ganho for de até R$ 5 milhões, a alíquota é de 15%. Para ganhos entre R$ 5 milhões e R$ 10 milhões, a alíquota é de 17,5%. Para ganhos entre R$ 10 milhões e R$ 30 milhões, a alíquota é de 20%. E para ganhos acima de R$ 30 milhões, a alíquota é de 22,5%.
Caso as suas vendas de ativos no exterior não ultrapassem o valor de R$ 35 mil dentro de um mesmo mês, você fica isento de recolher esse imposto.
O recolhimento é feito via DARF, até o último dia útil do mês subsequente ao das vendas.
Já os dividendos têm uma dinâmica diferente. A receita brasileira cobra imposto sobre dividendos recebidos do exterior na alíquota progressiva de IR, que vai de 0% a 27,5%, que deve ser recolhida via carnê leão. No entanto, os rendimentos provenientes de dividendos recebidos de ETFs americanos geralmente já sofrem uma tributação na fonte de 30%. Nesses casos, como Brasil e EUA tem acordo de reciprocidade, o investidor não precisa recolher mais nada para a receita federal brasileira, mas ainda assim precisa declarar os dividendos recebidos e a retenção na fonte.
Os ETFs podem ser uma opção interessante para os investidores que buscam diversificar suas carteiras de maneira simples e acessível, levando em conta seu perfil de investidor, seus objetivos e estratégias de investimento. É muito importante considerar também os custos envolvidos, realizar uma análise detalhada de cada ETF e estar ciente das obrigações fiscais relacionadas aos investimentos.
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Por: Juliana Benvenuto e Julia Severo