Tipos de dólar: quais são e qual a diferença entre eles?
08/12/2023
Ao iniciar o planejamento de uma viagem internacional, é frequente se deparar com uma variedade de tipos de dólar no mercado, com nomes, cotações diferentes e que muitas vezes nos geram dúvidas sobre as reais distinções entre eles. E é exatamente nesse universo de diversas categorias de dólares e a diferença entre eles, que você irá conhecer nesse artigo.
Os tipos que os brasileiros mais conhecem e escutam falar é o dólar comercial e o dólar turismo, afinal sempre comparamos um com o outro quando estamos pensando ou indo viajar para fora. E é por conta disso, que iremos começar por eles.
– Dólar comercial: conhecido também como “câmbio comercial”, é a moeda de referência utilizada para operações no mercado financeiro como exportação, importação de produtos, transferências financeiras, dentre outros. [1]Por exemplo, uma empresa que exporta produtos brasileiros utiliza a cotação do dólar comercial para realizar as suas operações.
– Dólar turismo: conhecido também como “câmbio turismo”, é utilizado para classificar as operações relativas a compra e venda de moeda para viagens internacionais, geralmente em espécie. [2]Por exemplo, um brasileiro que queira viajar para o exterior e deseja comprar dólares em espécie, utilizará a cotação do dólar turismo para realizar a operação.
Quando nos deparamos em uma casa de câmbio – e observamos- a diferença entre câmbio comercial e turismo percebemos que a cotação do dólar turismo tende a ser mais elevada que a do câmbio comercial. Isso acontece por conta de alguns motivos, um deles é o volume financeiro e outro os custos existentes.
Pelo ponto de vista do volume, o dólar comercial tem um volume maior de negociação já que grande parte dessas movimentações são negociadas pelas empresas, governo e instituições financeiras. Já o dólar turismo é negociado pelas pessoas físicas, o que consequentemente movimenta um volume inferior quando comparamos ao de grandes instituições.
Além disso, a cotação do dólar turismo incorpora diversos custos que contribuem para esse diferencial de cotações. As casas de câmbio, por exemplo, ao operarem com essa moeda, incluem despesas necessárias para ter o dinheiro disponível em espécie, e isso implica em custos associados como: armazenamento seguro, custódia do papel-moeda, apólices de seguro, transporte e logística da moeda, dentre outros. Consequentemente, o valor diferenciado do câmbio turismo é estabelecido para cobrir esses custos, visando assim garantir a disponibilidade da moeda.
Existem diversos custos, que contribuem para a determinação da taxa de câmbio final que você irá pagar, como spread cambial, custos operacionais, dentre outros, mas muitos deles dependerão de qual instituição regulamentada você irá escolher. Além disso, há também um imposto a ser pago ao realizar a operação que é chamado de IOF.
O Imposto sobre Operações Financeiras, é pago por pessoas físicas e jurídicas sobre as transações financeiras, [3]em operações de crédito, câmbio, seguro ou operações de títulos e valores mobiliários. Mas a alíquota dele irá depender do regime a ser seguido, como por exemplo:
* sob o valor da operação em reais
– Dólar à vista: o dólar à vista é utilizado por empresas que estão fechando negócios entre si, as negociações acontecem via telefone ou internet e são registradas na B3.
– Dólar futuro: o dólar futuro é utilizado normalmente em operações do mercado financeiro, representando um contrato padronizado, negociado em bolsa, de compra ou venda de dólar em um período futuro. Assim, esse contrato pode ajudar a proteger os investidores de possíveis oscilações no preço do dólar.
– Dólar PTAX: o dólar ptax também não é uma moeda em si, e sim uma taxa calculada diariamente pelo Banco Central do Brasil(BCB)[4] que é usada como referência para transações comerciais e financeiras, com isso, ela é a média de todas as taxas de câmbio praticadas pelas instituições financeiras.
– Dólar Paralelo: o dólar paralelo é conhecido também como “câmbio paralelo”, que é o dólar que circula no mercado de forma não oficial. Esse tipo de dólar, é usado por agentes não autorizados pelo Banco Central a negociar a moeda.
Uma curiosidade, o dólar paralelo surgiu no início da década de 90 no Brasil, ao qual a população utilizava da moeda americana como uma forma de proteção das oscilações econômicas marcantes pela época, sendo uma reação a certas ações governamentais que geraram instabilidade econômica, como por exemplo, o bloqueio das contas poupanças.
Sim, é possível investir na moeda americana. Existem algumas maneiras, dentre elas são:
Do ponto de vista de investimento em dólar, você amplia o seu potencial de ganhos ao ter acesso a uma variedade de investimentos no maior mercado financeiro global, afinal o mercado americano conta com mais de 8 mil ativos negociados em bolsa e acesso a setores que não encontramos no mercado brasileiro, como por exemplo Inteligência Artificial, biotecnologia e segurança cibernética, além de ativos de renda fixa, fundos de investimentos das principais gestoras globais e muito mais.
Além disso, o dólar desempenha um papel fundamental na diversificação da sua carteira de investimentos.
Na tabela abaixo, observamos que o investidor que incluiu o dólar em sua estratégia de investimentos durante os seguintes períodos – crise subprime (2008), Guerra, Eleições, Crise Corona (2020) – sentiram uma redução considerável na performance negativa dos ativos locais. Isto é, o dólar atuou, nesse período, como um seguro à carteira de investimentos.
Além disso, o real já se desvalorizou por volta de 80% frente ao dólar desde a criação do plano Real em 1994 e nos últimos 10 anos, a moeda americana se valorizou na média 9% ao ano contra a nossa moeda.
Vale lembrar que, ao diversificar os seus investimentos, é fundamental considerar também o seu perfil de investidor. É importante levar em conta as suas metas financeiras, os seus objetivos de vida, a sua tolerância ao risco e o seu horizonte de investimento. Cada investidor é único e possui necessidades e objetivos diferentes
Já quando o assunto é viagem, uma conta corrente em dólar te traz mais segurança, facilidades e praticidade, além de um potencial de economia tanto no IOF quanto no câmbio.
Entender a diferença entre esses tipos de dólar é essencial para diversos públicos, desde empresários envolvidos em comércio internacional até viajantes e investidores.
A escolha do tipo de dólar adequado depende do contexto específico de cada transação, e a consciência dessas nuances contribui para as decisões financeiras mais informadas e eficazes.
Leia também: Dolarização: como o dólar está presente no dia a dia dos brasileiros (avenue.us)
Disclaimers:
A situação de cada investidor é única e você deve considerar seus objetivos de investimento, tolerância ao risco e horizonte de tempo antes de fazer qualquer investimento. Investir envolve risco e você pode incorrer em um lucro ou perda, independentemente da estratégia selecionada. O conteúdo acima não é uma recomendação para comprar ou vender qualquer ativo individual ou qualquer combinação de ativos.
Qualquer informação não é um resumo completo ou declaração de todos os dados disponíveis necessários para tomar uma decisão de investimento e não constitui uma recomendação. Os investimentos mencionados podem não ser adequados para todos os investidores.
Todo tipo de investimento, incluindo fundos, envolve risco. Risco refere-se à possibilidade de que você perderá dinheiro (tanto principal quanto qualquer ganho) ou não consiga ganhar dinheiro com um investimento. A mudança das condições do mercado pode criar flutuações no valor de um investimento em fundos. Além disso, existem taxas e despesas associadas ao investimento em fundos que geralmente não ocorrem na compra de ativos individuais diretamente
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Referências
[1] https://www.bcb.gov.br/meubc/faqs/p/o-que-significam-as-taxas-de-cambio-comercial-e-cambio-turismo
[2] https://www.bcb.gov.br/meubc/faqs/p/o-que-significam-as-taxas-de-cambio-comercial-e-cambio-turismo
[3] https://www.gov.br/receitafederal/pt-br/assuntos/orientacao-tributaria/tributos/IOF
[4]https://www.bcb.gov.br/conteudo/relatorioinflacao/EstudosEspeciais/EE042_A_taxa_de_cambio_de_referencia_Ptax.pdf