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Juliana Benvenuto

Formada em Relações Internacionais, com pós-graduação em Finanças Corporativas pela Saint Paul e Extensão Universitária em Administração pela Universidade da Califórnia – Riverside.

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Se você já está familiarizado com a renda fixa no Brasil, vai adorar descobrir que também é possível investir nesse tipo de investimento nos Estados Unidos, e em dólar. São os chamados Bonds.

 

O que são Bonds?

Os Bonds são títulos de dívida emitidos pelo governo ou empresas privadas para financiar projetos, atividades ou mesmo para refinanciar outras dívidas. Eles funcionam como um contrato de empréstimo, onde o emissor se compromete a pagar juros ao investidor e devolver o valor emprestado em uma data futura.

 

Como os Bonds funcionam?

Assim como no Brasil, quando uma empresa ou governo precisa de dinheiro, seja para financiar algum projeto ou para gerenciar suas dívidas, eles podem emitir Bonds no mercado americano, que são adquiridos por investidores interessados em emprestar dinheiro para essas entidades.

Cada Bond tem suas próprias características, como prazo de vencimento, taxa de juros e forma de pagamento dos cupons (os juros). A taxa de juros do empréstimo é determinada por alguns fatores, entre eles: o risco de crédito da emissão, ou seja, a chance de o emissor não conseguir pagar o empréstimo. Quanto maior o risco, maior será a taxa de juros oferecida. Agências de classificação de risco, como a Moody’s, Fitch e S&P, dão notas aos Bonds para mostrar o quão seguros e confiáveis eles são. Vale ressaltar também que a classificação de risco de alguns emissores é restringida pela classificação de risco do país, ou seja, nenhuma empresa privada do mesmo terá uma classificação melhor do que a do próprio país em que está inserida.

Os títulos do Tesouro americano, chamados de Treasuries, são considerados os títulos de menor risco e suas taxas servem como referência para outras emissões privadas. No mercado internacional, empresas que querem emitir Bonds precisam pagar uma taxa de juros acima das taxas dos Treasuries, colocando um acréscimo adicional de acordo com o risco de crédito, chamado de spread. No Brasil, essa mesma dinâmica ocorre, onde os títulos privados de renda fixa estão relacionados aos títulos do Tesouro e têm um incremento na taxa de juros, de acordo com o risco e o prazo.

Uma grande diferença entre o mercado americano e o mercado brasileiro, é que nos EUA, a grande maioria dos títulos tem taxas de juros prefixadas, enquanto no Brasil, você encontra bastante opções indexadas à taxa de juros Selic e à inflação também.

Os investidores podem escolher entre manter os Bonds até o vencimento, quando recebem o valor acordado, ou vendê-los no mercado secundário antes do vencimento, negociando com outros investidores pelo preço de mercado. Nos Estados Unidos, o mercado secundário é bem líquido, o que significa que geralmente é fácil vender os Bonds e há flexibilidade para ajustar as posições de acordo com as necessidades dos investidores.

 

Principais tipos de Bonds

 

Por tipo de Emissor:

  • Government Bonds: Os Government Bonds são emitidos por governos, incluindo o governo dos Estados Unidos. Os títulos do governo americano são conhecidos como Treasuries, e são categorizados de acordo com o prazo de vencimento, sendo eles Treasury Bills, Treasury Notes e Treasury Bonds;
  • Corporate Bonds: Os Corporate Bonds são emitidos por empresas privadas quando elas precisam captar recursos. Esses títulos são semelhantes às debêntures no Brasil, lembrando que nos EUA são lançados geralmente com taxas prefixadas, e são uma forma das empresas conseguirem empréstimos mais baratos e com maior volume de recursos.

 

Por tipo de cupom:

  • Fixed Income: A maioria dos Bonds é emitida com taxa de juros prefixada e pagamento de cupom semestral. O cupom é o valor pago ao investidor como juros do empréstimo e geralmente é fixo ao longo da vida do Bond;
  • Zero Cupom Bonds: São títulos de dívida que não pagam cupons de juros periódicos. Em vez disso, esses Bonds são emitidos com um desconto significativo em relação ao seu valor nominal e oferecem apenas um pagamento único no vencimento.

 

Por que investir em Bonds?

  • Rendimento estável: Os Bonds geralmente pagam juros fixos regularmente, proporcionando um fluxo de renda previsível;
  • Preservação de capital: Bonds de alta qualidade geralmente são considerados investimentos mais seguros em comparação com ações e podem ajudar a preservar o capital investido;
  • Diversificação: Bonds podem ser uma adição importante para diversificar uma carteira de investimentos, equilibrando os riscos associados a outras classes de ativos;
  • Prioridade de pagamento: Em caso de falência ou liquidação da empresa emissora, os detentores de Bonds têm prioridade sobre os acionistas no recebimento dos pagamentos.

Como os Bonds podem gerar retorno?

  1. Juros: Os investidores recebem pagamentos de juros periodicamente, chamados de cupons. A taxa de juros é definida no momento da emissão do título e é paga pelo emissor, geralmente de forma semestral;
  2. Diferença entre preço de compra e venda (ou vencimento): Se você comprar um Bond por um preço menor do que o seu valor no dia da venda ou do vencimento, você pode ganhar dinheiro com essa diferença. Por outro lado, se o preço de compra for maior, você pode ter um prejuízo;
  3. Reinvestimento dos cupons: Quando você recebe os pagamentos de juros, pode reinvestir esse dinheiro em outros ativos, aumentando ainda mais o seu potencial de lucro ao longo do tempo. O reinvestimento dos cupons permite que os juros compostos trabalhem a seu favor.

 

Conceitos importantes para avaliar um Bond:

  • Cupom: É a taxa de juros anual fixa que você recebe do emissor. Esse valor é expresso como uma porcentagem do valor de par do Bond (normalmente $1.000,00) e é dividido geralmente em pagamentos semestrais. Por exemplo, um Bond com um valor nominal de $1.000 e um cupom de 5% te pagaria $50 de juros por ano. Nesse caso, seriam 25 dólares por semestre;
  • Offer price (Oferta indicativa): É o preço que você paga pelo Bond. Geralmente é estabelecido em percentual em relação ao valor de par;
  • Maturity: Data de vencimento do ativo;
  • Yield to Maturity: É uma estimativa do retorno total caso você leve o Bond até o vencimento;
  • Yield to call: É o retorno total estimado caso o emissor opte por resgatar o título antecipadamente, em datas já pré-estabelecidas em contrato;
  • Yield to worst: É uma estimativa do retorno mínimo que você pode esperar se o Bond for levado ao vencimento ou resgatado em uma data pré-definida;
  • Duration: Representa o prazo médio de recebimento, em anos, dos fluxos de caixa de um determinado título. Essa medida de risco de mercado serve para o investidor mensurar a sensibilidade do preço do seu título vis-a-vis uma variação na taxa de juros do ativo no mercado secundário. Em geral, quanto maior a duration, mais o preço de um título cairá à medida que as taxas de juros subirem (e maior será o risco de mercado);
  • Next call date: se o Bond possui uma cláusula de call embutida, essa informação mostra qual é a próxima data na qual a companhia emissora tem o direito de recomprar o ativo. Diferentemente do mercado de dívida brasileiro, as opções de recompra são muito comuns no mercado offshore;
  • Investment grade (IG): Emissores que possuem uma nota de crédito (rating) igual superior a BBB- pelas agências S&P e Fitch, e Baa3 pela Moody’s. Vale reforçar que no caso de títulos offshore, utiliza-se a escala internacional. Para fins de referência, o rating soberano do Brasil (governo federal) nessa escala é de BB- pelas agências S&P e Fitch, e Ba2 pela Moody’s. (Dados válidos para a data de postagem desse artigo);
  • High Yield (HY): Emissores que possuem uma nota de crédito (rating) abaixo de BBB- pelas agências S&P e Fitch, e Baa3 pela Moody’s. Assim como os ativos IG, os ratings dos ativos offshore HY utilizam a escala internacional;
  • Senioridade: A senioridade da dívida define um ranking de pagamentos das dívidas da empresa em caso de falência. A dívida pode ir de sênior com garantias até júnior subordinada. Quanto maior a senioridade e as garantias dadas como colateral, menor a taxa, mas maior a segurança de receber o dinheiro de volta.

 

Quanto preciso para começar a investir em Bonds?

Com mais ou menos $5 mil dólares (5 unidades) você já pode investir em um Bond. O valor é aproximado porque os Bonds são negociados no mercado secundário, e o seu valor de mercado pode estar acima ou abaixo do seu valor de face, que é de mil dólares por unidade.

Riscos envolvidos:

  • Risco de crédito: Existe o risco de o emissor do Bond não cumprir seus pagamentos de juros ou principal. Avalie a classificação de crédito e a saúde financeira do emissor;
  • Risco de taxa de juros: Os preços dos Bonds são afetados pelas mudanças nas taxas de juros. Quando as taxas de juros sobem, os preços dos Bonds geralmente caem (uma subida ou queda da taxa de juros não vai alterar o pagamento do cupom, afetando apenas a marcação à mercado do valor de face desse Bond);
  • Risco de liquidez: Alguns Bonds podem ter baixa liquidez, o que pode dificultar a compra ou venda no mercado secundário.

 

Bonds Perpétuos

Os Bonds Perpétuos são um tipo especial de Bond que não possui uma data de vencimento pré-determinada. Esses títulos são considerados mais arriscados e geralmente oferecem taxas de juros mais altas.

 

Considerações finais:

Investir em Bonds nos Estados Unidos pode ser uma oportunidade interessante para diversificar a sua carteira de investimentos em renda fixa. Mas lembre-se que ao avaliar um Bond, é muito importante entender o seu perfil de investidor e fazer uma análise cuidadosa antes de tomar qualquer decisão de investimento.

Bonds na Avenue:

  • Variedade

Renda fixa de Big Techs, grandes empresas globais, instituições financeiras e muito mais. São diversos tipos de Bonds para você explorar, entre governos e empresas americanas, brasileiras e da América Latina (LATAM). Confira a nossa bonds list.

  • Diferentes níveis de risco

Ativos classificados como investment grade e high yield – mais arriscados, mas que costumam oferecer rendimentos mais elevados.

  • Profissionais de investimentos

Caso seu perfil de investidor se enquadre nos requisitos, é possível contar com um time de profissionais de investimento para te ajudar na sua jornada.

  • Relatórios de Bonds

Atualização constante de conteúdos gratuitos desenvolvidos por nossos estrategistas para você ficar por dentro do universo de renda fixa.

  • Impostos detalhados*

Geramos automaticamente relatórios para suas declarações, incluindo IR e DARF (quando aplicável).

*Avenue Securities LLC e suas afiliadas não fornecem aconselhamento jurídico ou tributário

  • Transferências disponíveis

Se você já possui algum Bond em seu portfólio, pode centralizar seus títulos em uma só plataforma ao transferi-los para a Avenue.

  • Investimento mínimo em Bonds

O investimento mínimo varia de acordo com cada Bond.

É importante consultar os detalhes do título para ter mais informações sobre a aplicação.

Ex.: Bonds de empresas dos EUA exigem um mínimo de 5 unidades; já os do Tesouro (T-Bill e T-Note), um mínimo de 10 unidades por investimento.

 

Quer começar a investir nos EUA? Então, abra a sua conta na Avenue agora mesmo!

 

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Disclaimer

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Qualquer informação não é um resumo completo ou declaração de todos os dados disponíveis necessários para tomar uma decisão de investimento e não constitui uma recomendação. Os investimentos mencionados podem não ser adequados para todos os investidores.

Tenha em mente que não há garantia de que qualquer estratégia será bem-sucedida ou lucrativa, nem protegerá contra uma perda.

 

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Juliana Benvenuto

Formada em Relações Internacionais, com pós-graduação em Finanças Corporativas pela Saint Paul e Extensão Universitária em Administração pela Universidade da Califórnia – Riverside.

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